Nesta sexta-feira (23), teve início o Festival Santista de Teatro – Festa 66, que tem como uma de suas idealizadoras, Patrícia Galvão (Pagu). Uma exposição em sua homenagem será realizada com a curadoria de sua biógrafa, a escritora e também presidente da Unisanta e do Semesp, Lúcia Teixeira.
Durante a exposição “Viva Pagu”, será lançado o livro ”Os Cadernos de Pagu- manuscritos inéditos de Patrícia Galvão”, o mais recente publicado por Lúcia, que já tem outras quatro obras sobre a musa do modernismo.
O público poderá conferir as cartas, manuscritos e fotografias inéditas de Pagu no Teatro Municipal Braz Cubas, até o dia 1º de setembro. São imagens que resgatam vida e obra de Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), participante da terceira geração do Modernismo brasileiro, jornalista, política militante, romancista, desenhista e poeta, incentivadora da Cultura e mulher precursora em várias áreas.
Dividida em três atos, a exposição apresenta Pagu destrinchando silêncios e, no mínimo, intrigando seu interlocutor. Em destaque, a realidade brasileira dos anos 1920 aos anos 60, com suas tensões políticas e manifestações culturais e seus reflexos nos dias de hoje. É baseada na trilogia Pagu, de Lúcia Teixeira: “Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão”; “Pagu- Livre na imaginação, no espaço e no tempo” e “Croquis de Pagu” e no último livro, “Os Cadernos de Pagu-manuscritos inéditos de Patrícia Galvão”.
O primeiro ato registra o surgimento no Modernismo Antropofágico; o segundo aborda a militância política, a entrega total a uma causa; o terceiro mostra a jornalista antenada com o novo, a militância cultural, o amor à arte, à literatura e ao teatro. As frases que designam cada ato foram retiradas de poema de Patrícia Galvão.
Lúcia explica a proposta: “As peças que compõem cada ato – na maioria inéditas – discursam, dialogam e contrastam entre si, fazendo aparecer as múltiplas Patrícias. São memórias, textos, depoimentos, cartas, narrativas, manifestações literárias, rastros de Pagu e de seus companheiros de viagem, registros minuciosos – inclusive informes reservados e prontuários do Deops. Retratam o rico itinerário de Pagu, que riscou fronteiras desconhecidas, definiu abismos e atravessou continentes. E servem também para construir um perfil da intelectual transgressora que marcou a vanguarda do século 20”.
Lançamento
Além da curadoria da Mostra, Lúcia lançará seu livro “Os Cadernos de Pagu – Manuscritos inéditos de Patrícia Galvão” (editoras Nocelli / Unisanta), no sábado (24), na Casa das Culturas, localizada na Rua Sete de Setembro, 49, das 15h às 18h, ainda como parte do Festa. Com sucesso de público, a obra já foi lançada durante a Flip/ Paraty (novembro/ 2023); em Santos (novembro/2023) e em São Paulo (dezembro /2023).
No novo livro, Lúcia apresenta cinco cadernos manuscritos inéditos dos anos 1920 a 1960 (até sua morte), revelando aspectos desconhecidos, desde a incursão de Pagu no Modernismo Antropofágico, a produção de texto na fase de adesão político partidária, seus primeiros passos como dramaturga, em inéditas peças teatrais, a partir de 1931, além de escritos sobre literatura e outros escritores e algumas cartas para Oswald de Andrade e Geraldo Ferraz, entre outros.