Um menino, de 17 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), cego de um dos olhos e não verbal (não se comunica com a fala) acabou escapando de uma escola, na cidade de Itanhaém, litoral paulista. A mãe do aluno, de 42 anos, diz que processará o Estado.
O caso aconteceu no dia 11 de março, e foi registrado como abandono de incapaz na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), e posteriormente encaminhado ao 1° DP, onde será investigado.
Neste dia, o menino iria embora para casa com uma van municipal, e minutos antes do ocorrido, a mãe havia conversado com a diretora da Escola Estadual Professor Jon Teodoresco, no bairro Mosteiro, para reforçar o esquema de saída do adolescente.
Porém, no final do dia, a autônoma Paula Maria Cruz, recebeu uma ligação de duas adolescente, dizendo estarem com seu filho, que estava perdido. As meninas encontraram o número de contato no colar de girassol que o menino usava, e após conversarem por telefone, levaram o garoto de volta para a escola.
Segundo Paula, as meninas não estudavam na mesma instituição de ensino que seu filho. Ao chegar no local, ela questionou a conduta da escola, que informou que “infelizmente, acontece”.
Em nota, a Secretaria de Educação de Itanhaém esclareceu que, no momento em que a van chegou para buscar o aluno, ele já não estava mais na escola, e que o fato foi relatado por escrito pelo motorista escolar e protocolado junto à direção da escola.
Já a Secretaria Estadual de Educação, por meio da Diretoria de Ensino (DE) de São Vicente, informou que designou um supervisor para apurar a conduta da escola neste caso.
Quase um mês após o ocorrido, a mãe do adolescente diz que irá processar o Estado. A advogada da família ingressará com o processo de reparação dos danos causados pela responsabilidade civil por conta das falhas na prestação do serviço público e omissão.
Paula também relata que o menino está traumatizado com o ocorrido, e desde o dia seguinte do caso, vem apresentando um comportamento agressivo, principalmente com o padrasto, com o qual tinha uma ótima relação. Em uma das crises recentes que teve, chegou a mordê-lo e arranhá-lo. O adolescente também não quer sair de casa, até mesmo no quintal.