O verão para os animais de estimação – Por Eduardo Filetti

Eduardo Filetti
Eduardo Filetti
Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário e professor universitário, pós graduado em Clínica Veterinária de pequenos animais, além de mestre em Saúde Pública, É membro da Academia de Letras de Santos e especialista em Saúde Pública.
Créditos: Reprodução

O verão, para muitas pessoas, é a época mais alegre, com dias bonitos e ensolarados. Para muitos época de férias e descanso, com sol e mar. Só que alguns cuidados com os animais de estimação devem ser tomados nesta época do ano.

Os pets estão mais sujeitos a problemas dermatológicos como micoses (fungos) e as famosas piodermites (infecções de pele) principalmente se tiverem contato com areia e/ou terra. Temos que tomar cuidado com os parasitas externos (pulgas, carrapatos e piolhos) que aumentam nesta época do ano.

Estes pequenos parasitas podem transmitir inúmeras doenças nos nossos animais. É comum que cães e gatos engulam acidentalmente pulgas e sendo assim vão se contaminar com uma tênia chamada de Dipilidium. Ou seja, a pulga pode transmitir um verme para os nossos animais de estimação. Já os terríveis carrapatos, que são capazes de escalar altos muros podem transmitir doenças que atingem o sistema sanguíneo. Resumindo, podem transmitir parasitas do sangue aos cães (hemoparasitoses).

Para proteger nossos animais destes pequenos parasitas temos uma grande oferta de produtos desde sabonetes, comprimidos, xampus e sprays. Siga as orientações do médico veterinário especialista em pequenos animais para adquirir estes produtos em locais confiáveis ( existem muitas falsificações ).

Animais obesos em risco

Os animais obesos, senis e cardíacos vão sofrer mais nesta época do ano, hoje temos uma variedade enorme de rações para emagrecimento que podem ajudar muito. Indicamos que estes animais só saiam a rua bem cedo ou a noite. Existem raças que tem muita pelagem e nesta época indicamos tosa para dar mais conforto e diminuir o calor interno. Obesidade nos animais deve ser combatida, pois além dos problemas descritos pode levar a graves problemas endócrinos e articulares.

É bom lembrarmos que os mosquitos aumentam nesta época do ano principalmente no nosso litoral e com isto podem transmitir a filariose canina, famoso verme do coração, ou seja, a picada do mosquito pode levar a uma verminose na região do coração dos nosso cães, para prevenir um simples comprimido ao mês que deve ser indicado por um médico veterinário.

Existe hoje uma vacina que protege os cães durante um ano desta terrível patologia. Temos a Leishmaniose  outra terrível doença transmitida por mosquitos comum em vários estados do Brasil porém já existe vacina para evitar esta patologia.

Praias

Por contar com um amplo espaço e, geralmente, um clima agradável nessa época do ano, as praias da Região ganham um grande número de cachorros. Há quem aprove, mas há também quem torça o nariz para a presença do melhor amigo na areia.

Hoje existem locais que possibilitam esta contado do pet com a areia em planos pilotos experimentais. Em Santos, uma parte da praia do José Menino, em determinados horários, o tutor pode passear com seu pet na areia. Contudo, este é um projeto piloto da Prefeitura Municipal de Santos com horários e apenas neste local.

Perigo com o bicho geográfico

Temos que tem muita atenção e consciência ecológica pois a areia da praia contribui muito com o desenvolvimento de vermes adultos. Uma das doenças transmitidas por meio de contato com fezes de cães infectados e frequentemente, adquirida por pessoas na praia é o bicho geográfico (Larva Migrans Cutânea). Uma doença de pele transmitida por larvas de um parasita intestinal comum em cães e gatos chamado Ancylostoma.

O animal infectado, ao defecar na areia, libera ovos desse verme, que se transforma em larvas e podem penetrar na pela das pessoas, causando feridas além de uma forte coceira. As partes do corpo mais afetadas são os pés, pernas e mãos.

As larvas são muito resistentes as ações do meio ambiente, tais como calor, umidade e seca podendo permanecer no ambiente por até um ano. Para prevenir a possibilidade de seu animal transmitir a doença, ele deve ser submetido a exames de fezes a cada seis meses e, se necessário, vermifugado. Recolher as fezes do seu animal em locais públicos também ajuda e evitar o problema.

Sempre falamos que o mais importante é dar muito amor e carinho para os nossos animais  de estimação, boa alimentação, controle da verminose e vacinas estarem em dia. O resto é só curtir a amizade sem igual que só eles sabem nos proporcionar, nos passeios, na rua ou mesmo em casa.

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