Operação “Mão Fantasma” prende homem em Peruíbe, envolvido em golpes que movimentaram R$ 90 milhões no Brasil

Foto: Polícia Civil SC

Um homem, de 24 anos, foi preso em Peruíbe, litoral paulista, por estar envolvido em organizações criminosas que aplicavam golpes conhecidos como “mão fantasma/acesso remoto” e “falsa central de atendimento”. Segundo a investigação do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGAECO) e a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), os criminosos já movimentaram R$ 90 milhões no Brasil.

A operação nomeada “Mão Fantasma” foi deflagrada na manhã de quarta-feira (10), e foram cumpridos 34 mandados de prisão preventiva e 73 mandados de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará.

Foi constatado que dois dos investigados moram na Baixada Santista. O homem que foi preso foi encontrado em uma casa na Avenida Doutor Tancredo Neves, em Peruíbe.

Com ele, foram encontrados celulares e notebooks que comprovaram o envolvimento nos golpes. Nos aparelhos, foram encontradas conversas em que o homem se passava por uma central de atendimento, enganando clientes de diversas instituições bancárias. O material foi apreendido, e o suspeito passou por audiência de custódia na quinta-feira (11), permanecendo preso.

Ainda no litoral, em Mongaguá, os policiais também encontraram uma residência que servia como uma central de atendimento falsa, onde foram apreendidos cinco notebooks e documentos do outro investigado, que não foi localizado até o momento. Outros 4 envolvidos foram identificados.

Operação “Mão Fantasma”

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, a primeira investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia de Ascurra, e que contou com o apoio técnico do CyberGAECO, teve início no final de 2022, após o registro de diversos boletins de ocorrência que relatavam a subtração de valores de contas bancárias, por meio da instalação de aplicativos de gerenciamento remoto, o que permitia aos criminosos controlar os celulares das vítimas e realizar a transferência ilícita de valores.

O trabalho investigativo começou com a identificação dos principais números de telefone 0800 utilizados pelos grupos criminosos, que simulavam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras.

Na sequência, foram identificados os suspeitos de operar essas falsas centrais e os demais integrantes dos grupos criminosos responsáveis por obter bases de dados de possíveis vítimas, disparar SMS falsos e criar contas correntes em nome de “laranjas” para recepcionar os valores ilegalmente obtidos. Estima-se que os investigados subtraíram, no período investigado, mais de R$ 5 milhões de vítimas residentes em Santa Catarina.

Já a investigação conduzida pela Delegacia de Polícia de Turvo, com apoio da DEIC, foi instaurada a partir de ocorrência registrada por uma idosa de 70 anos que, acreditando estar em contato com funcionários de uma instituição financeira, acabou sendo enganada, tendo realizado diversas transferências para os golpistas que lhe resultaram um prejuízo total de R$ 86.550,00.

As três organizações criminosas são possivelmente responsáveis por pelo menos 255 furtos e estelionatos, mediante fraude cibernética, apenas no estado de Santa Catarina – mas as investigações apontam que há possíveis vítimas em todo o país. Ainda de acordo com as investigações, os grupos criminosos teriam possivelmente movimentado, nos últimos 10 anos, cerca de R$ 90 milhões em transações suspeitas.

O nome da operação “Mão Fantasma” faz referência a uma das formas de atuação dos criminosos que, após receberem ligações das vítimas nas falsas centrais de atendimento, realizavam transferências de valores a partir dos próprios aparelhos das vítimas, sem que elas tivessem conhecimento ou expressassem consentimento em relação ao acesso indevido e criminoso aos seus dispositivos eletrônicos.

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS