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Pacientes com dermatite atópica agora têm acesso a tratamento no SUS

Reprodução

Recentemente foi divulgado que o SUS introduziu o tratamento para dermatite atópica no protocolo de atendimento, representando um avanço valioso na garantia de cuidado às pessoas que convivem com essa condição. A dermatite atópica (DA) é uma condição crônica, recorrente, inflamatória e pruriginosa da pele e, muitas vezes, debilitante.

Essa abordagem integral proporciona um cuidado mais completo e eficaz, oferecendo ao paciente acompanhamento médico, orientações específicas, acesso a medicamentos, inclusive os imunobiológicos nos casos moderados a graves, e suporte multiprofissional quando necessário.

“A dermatite atópica vai além das lesões na pele. Ela impacta o sono, a autoestima, o convívio social e a saúde mental de quem convive com a doença”, explica a especialista em pele da Clínica Verte, Dra. Giovanna Funari. “É por isso que o acesso ampliado ao tratamento pelo SUS representa uma conquista imensa para esses pacientes.”

A dermatite atópica ocorre com maior frequência em crianças (início precoce). Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a prevalência da condição é de 7,3% em crianças entre 6 e 7 anos e 5,3% entre 13 e 14 anos.

Segundo a Dra. Giovanna, o diagnóstico precoce é essencial: “Permitir o início do tratamento logo nos primeiros sinais ajuda a evitar que a doença evolua e cause ainda mais sofrimento. Isso também reduz a chance de infecções secundárias, comuns em lesões abertas pela coceira intensa.”

Ela destaca ainda a importância do acompanhamento contínuo: “O tratamento da dermatite atópica é individualizado e pode precisar ser ajustado ao longo do tempo. Ter um dermatologista acompanhando de perto significa poder avaliar os efeitos colaterais, a eficácia da medicação e fazer as intervenções necessárias.”

Para quem tem dermatite atópica moderada a grave, os desafios são muitos. Há uma certa limitação no acesso a especialistas e tratamentos específicos. “Esses pacientes enfrentam dor, coceira intensa, lesões visíveis na pele e um impacto emocional importante. Muitos relatam que se sentem envergonhados ou constrangidos em situações sociais”, comenta a médica.

Isso pode interferir no sono, nas atividades diárias e até no convívio social. “É comum que a dermatite atópica tire o sono de adultos e crianças. A coceira é constante, exaustiva, e afeta diretamente a qualidade de vida”, alerta.

Para ter acesso aos tratamentos de alta complexidade, como os imunobiológicos, o paciente deve ser avaliado por um dermatologista da rede pública ou de um ambulatório de especialidades, que seguirá os critérios definidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde. Isso inclui, por exemplo, ter diagnóstico confirmado de dermatite atópica moderada a grave e não ter respondido adequadamente aos tratamentos convencionais. O médico deverá preencher os formulários exigidos e incluir o paciente no sistema do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF).

Com a nova diretriz, o SUS passa a oferecer, além do tratamento tópico tradicional (como corticoides e hidratantes), terapias sistêmicas em casos moderados a graves, incluindo medicamentos imunobiológicos como o dupilumabe, já incorporado ao SUS pelo Ministério da Saúde. Esses tratamentos são mais modernos e atuam na causa inflamatória da doença, oferecendo uma melhora significativa em muitos casos.

De acordo com a Dra. Giovanna, o tratamento tem potencial para transformar a vida do paciente. “Ao controlar melhor a inflamação e os sintomas, o paciente passa a dormir melhor, sente menos coceira, tem melhora da autoestima e maior liberdade para realizar suas atividades diárias”, ressalta. “Além disso, o acompanhamento contínuo reduz complicações e hospitalizações, melhorando o bem-estar físico, emocional e social.”

Por fim, ela reforça: “A inclusão desse tratamento no SUS representa um avanço não só no cuidado clínico, mas na valorização da qualidade de vida dessas pessoas. É um passo importante em direção à equidade na saúde dermatológica.”

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