Gerir empresas, independentemente do porte, é um desafio. Apesar disso, a expectativa de empresários de pequenas e médias empresas para o futuro é bastante positiva. É o que constatou o estudo ‘Cabeça de Dono’, do Instituto Locomotiva, que mostra que quase 60% desses empreendimentos esperam expandir seus negócios no próximo ano. Das outras empresas entrevistadas pelo instituto, 38% pretendem manter o mesmo tamanho e apenas 2% querem reduzir.
Entre as empresas que visam expansão está a Embraps, especializada em facilities que atua na Baixada Santista. Em relação a 2023, a empresa atingiu a meta de 20% de crescimento para 2024. Para 2025, o diretor da Embraps, Rodolfo Quaresma, ainda avalia possíveis metas, mas espera continuar com o crescimento contínuo.
“O objetivo de toda empresa é continuar expandindo, mantendo a qualidade no atendimento aos clientes e a humanização com os colaboradores. Para isso, também é importante estudar o mercado, as mudanças, verificando oportunidades de crescimento, mas visando, acima de tudo, reter atuais clientes”, afirma Quaresma.
Nos últimos quatro anos, a Embraps registrou um aumento crescente, também, no número do quadro de funcionários: em 2020, foram 280 contratações; em 2021, 422; em 2022, 436 e, no ano passado, 630. Em 2024, até o final do mês de setembro, foram registradas 676 contratações. Ao todo, são mais de 1.700 funcionários que atendem uma média de 350 clientes, desde condomínios residenciais a prédios comerciais, empresas, hospitais, entre outros.
O executivo atribui esta constante de contratações ao fato da empresa ter se estabelecido no mercado na região onde atende primariamente, na Baixada Santista, e o suporte oferecido não apenas ao cliente, como também ao colaborador. “Buscamos investir nos setores de recursos humanos, atendimento ao colaborador, treinamento de funcionários, entre outros, trabalhando essas questões pela raíz, o que repercute no atendimento aos nossos clientes, que ficam mais satisfeitos”.
Investimento em inovações tecnológicas
Outro fator levado em consideração pelos executivos da Embraps para continuar a expansão dos negócios foi o investimento em tecnologia. No caso da empresa, o desafio foi adaptar um de seus serviços prestados, de portaria, à realidade das portarias remotas, que hoje estão presentes em mais de 12 mil condomínios brasileiros, segundo um levantamento divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE) neste ano.
Foi necessário, então, unir o trabalho do ser humano à tecnologia. A empresa passou a analisar o perfil dos clientes para determinar o que se encaixaria melhor em suas portarias: ter a mão de obra humana, apenas a portaria remota ou a portaria híbrida, como é o caso de prédios de temporada.
“O principal objetivo de integrar a tecnologia à rotina humanizada foi proporcionar agilidade, contribuindo para a eficiência operacional, impactando no aumento da produtividade e, por fim, refletindo diretamente na experiência do cliente. Estudamos a portaria remota por bastante tempo para garantir um modelo que trouxesse segurança para o cliente, sem desamparar o colaborador. Afinal, a profissão do porteiro físico nunca irá acabar”, diz.
Treinamento de funcionários
Por falar em treinamentos, este é um diferencial da empresa, que vê potencial na qualificação dos funcionários e se encaixa no perfil levantado pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), de que 94% das empresas têm o orçamento anual de treinamento definido.
O levantamento ainda mostrou que 84% das empresas têm uma estrutura de recrutamento interno; 92% possuem Onboarding (Programa de Integração de novos colaboradores); 73% contam com avaliação de desempenho por competências, entre outros tipos de estrutura.
Seguindo esse caminho, a Embraps realiza o treinamento de formação inicial, além de reciclagens contínuas, voltado a melhorias técnicas e comportamentais. Cargos superiores como de supervisão e coordenação também passam por treinamento, com habilitação para tornar o atendimento mais humanizado.
“Esse é o caminho para que os colaboradores tenham um crescimento profissional e pessoal. Os treinamentos contínuos possibilitam tanto os funcionários internos quanto externos a atingirem o seu potencial máximo na execução do trabalho. Procuramos fazer isso sempre, devido às demandas que vão aparecendo por conta da globalização e necessidades dos clientes”, explica Quaresma.
Valorização do profissional
Para o empresário, a valorização do profissional que está junto à empresa é essencial, independentemente do porte desse negócio. “O capital humano é o que torna nossa empresa o que ela é. Acredito que, assim como exigimos dedicação dos nossos profissionais, precisamos dar o respaldo para que eles se sintam confiantes em crescer conosco”, afirma Quaresma.
Um exemplo citado pelo empresário foi o período da pandemia da Covid-19, período de grandes baixas e até fechamento de negócios, no qual a Embraps não demitiu nenhum funcionário.
Quaresma relata que foram reuniões diárias, acompanhando as medidas do governo. Como medida de respaldo, a diretoria da empresa antecipou as férias dos funcionários e prestou atendimento às necessidades dos clientes. O saldo foi, inclusive, positivo: por conta das medidas sanitárias, alguns clientes tiveram demanda maior de limpeza. “Todas essas tratativas foram diárias, integradas entre a diretoria e as áreas, buscando o equilíbrio de atender todas as partes envolvidas e objetivando manter o emprego de toda a nossa equipe. Além de não demitir, conseguimos reter clientes e, posteriormente, adquirimos novos clientes que viram todo o nosso trabalho durante este período tão difícil”, relata Quaresma.