Uma proposta de reajuste salarial de 4% baseado no Índice de Preço ao Consumidor (IPCA) vem causando revoltas em servidores municipais da cidade de Praia Grande, litoral paulista.
Centenas de trabalhadores paralisaram suas atividades e estiveram presentes na Câmara de Vereadores da cidade, onde estava sendo discutida a proposta. A manifestação aconteceu nesta terça-feira (9).
Os funcionários pedem um reajuste de pelo menos 12,91% (8,91% de correção da perda do poder aquisitivo + IPCA acumulado, em torno de 4%), e justificam o pedido alegando que diversos cargos estão com salários defasados. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Praia Grande, Adriano Roberto Lopes da Silva, vê a proposta como “impensável”, conforme nota divulgada nas redes sociais. Ele também ressalta que já havia sido adiantado que o reajuste proposto não seria aceito.
Ainda de acordo com o sindicato, este aumento de 4% seria R$ 26 no vale-alimentação. Ainda em nota, o presidente lamenta. “A cada ano, observamos uma erosão dos nossos direitos e a imposição de medidas que não refletem o respeito que merecemos”.
A reinvindicação também contempla o direito à falta abonada, retorno do benefício de vale-alimentação aos aposentados e pensionistas, auxílio-alimentação para todos os servidores com revogação do desconto mensal, inclusão de auxílio-refeição, adicional de insalubridade com cálculo no salário-base, assistência saúde, conversão em pecúnia [dinheiro] da licença-prêmio e plano de carreira para todos os cargos.
A Prefeitura de Praia Grande rebateu as reinvindicações, afirmando que concederá a recomposição salarial de acordo com IPCA do período de abril de 2023 a março de 2024. Também ressaltou que o aumento no cartão-alimentação será de 13,85%, passando de R$ 650 para R$ 740.
A administração municipal informou que a proposta do sindicato causaria um impacto financeiro negativo aos cofres públicos. Sobre a greve, respeitam os trabalhadores, “mas atenta da responsabilidade em não prejudicar os cidadãos, mantendo o número de funcionários para o atendimento nas unidades municipais, não prejudicando a rotina de pais e responsáveis que utilizam-se das escolas municipais e dos pacientes nas unidades de saúde e pronto-atendimento, por exemplo”.