Uma pesquisa para identificar as necessidades da população com mais de 60 anos será iniciada em Santos neste mês de dezembro. Pesquisadores já treinados visitarão moradores dos bairros Ponta da Praia, Macuco, Encruzilhada, Aparecida e Estuário para fazer um trabalho de escuta e entender as demandas desse segmento da população.
O levantamento faz parte do programa Envelhecer nos Territórios, lançado na Cidade no último dia 29, no auditório do Palácio José Bonifácio (Centro Histórico), durante visita do Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, que foi recebido pela vice-prefeita Renata Bravo.
O trabalho em Santos terá duração de 12 meses e deve ouvir cerca de 4,5 mil pessoas. Os resultados serão repassados ao Município para análise das condições de vida da população idosa e orientação de políticas públicas para essa faixa etária.
O secretário Nacional dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, observou os dados sobre a população 60+ e elogiou o acolhimento desenvolvido na Cidade. “A gestão atual está muito atenta à porcentagem da população idosa e suas famílias. Isso pode ser um desafio para algumas outras cidades, mas em Santos podemos falar dos canais, da orla e das ciclovias, que são cuidadas para que os idosos tenham qualidade de vida e vontade de morar aqui. Santos abrange o mundo da diversidade”.
Para a vice-prefeita Renata Bravo, as informações da pesquisa “vão contribuir imensamente para todas as iniciativas que estamos realizando em parceria com as secretarias municipais que trabalham para atender às características de Santos, especialmente no que diz respeito à população idosa. Temos certeza de que trará resultados positivos para nossa cidade”.
ENVELHECIMENTO DIGNO
O programa Envelhecer nos Territórios já está em andamento em 43 cidades de 12 estados. Busca avaliar as condições de vida das pessoas com mais de 60 anos, promovendo um envelhecimento digno e seguro por meio de políticas públicas que serão criadas a partir das informações obtidas durante o trabalho de pesquisa. Atualmente, 390 agentes em todo o País estão criando vínculos e fortalecendo laços com 87,8 mil pessoas.
A iniciativa inclui a formação de agentes de direitos humanos que são capacitados para atuar diretamente em suas regiões, identificando violações de direitos e propondo soluções com o apoio de órgãos públicos e entidades locais. Em Santos, cerca de 32 agentes, selecionados por edital – entre eles, usuários da política de assistência social vinculados ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras-ZOI) – receberam treinamento teórico e prático de agosto a outubro deste ano. A formação incluiu palestras e oficinas sobre temas como o envelhecimento da população negra, a questão do território social, a importância da saúde bucal e da atividade física para um envelhecimento saudável.
DADOS E LONGEVIDADE
A iniciativa foi criada pela Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas Idosas (SNDPI), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), com o desenvolvimento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), que firmou um acordo de cooperação técnico-educativa com a Prefeitura de Santos para realizar os trabalhos e disponibilizar os dados à Administração Municipal.
Com alto índice de longevidade, Santos foi uma das cidades selecionadas para participar da iniciativa em âmbito nacional. De acordo com o Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município possui mais de 25% da população com 60 anos ou mais, o que representa o maior percentual da região.
A pesquisa, segundo a coordenadora Municipal de Políticas para a Pessoa Idosa da Secretaria da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos (Semulher) Rosana Gomes, será essencial para a implementação de ações locais mais assertivas. “Com a ajuda desses números e das informações obtidas durante a escuta dos agentes, o Município poderá avaliar e adaptar os serviços, programas e projetos existentes às novas demandas da realidade”.