Tiro que matou menino de 4 anos durante confronto em Morro do São Bento era de arma da PM

O laudo da morte de Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, atingido por uma bala perdida durante confronto no Morro do São Bento, em Santos, litoral paulista, confirmou que o projétil era de uma arma da Polícia Militar. Os agentes, que estavam afastados, retornaram às atividades operacionais.

O caso em questão aconteceu em 5 de novembro de 2024. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), na data dos fatos, os agentes faziam patrulhamento em uma área de tráfico de drogas na região quando foram atacados por um grupo de aproximadamente 10 criminosos. Eles teriam tentado fugir ao notarem a presença da polícia, e então, o confronto teria iniciado entre as ruas São Sérgio e São Fernando. Os suspeitos atiraram contra a equipe, que revidou.

O confronto resultou na morte de uma criança de 4 anos, e de um suspeito, de 17 anos, além de outro menor de idade ferido. Devido ao ocorrido, sete policiais militares foram afastados.

De acordo com a perícia, o disparo que atingiu Ryan saiu de uma arma calibre 12, que foi utilizada no dia da ação pelo cabo Clovis Damasceno de Carvalho Júnior. O tiro não atingiu a criança diretamente, e teria recocheteado em uma superfície rígida.

“O laudo pericial sobre o disparo foi concluído e anexado aos autos do inquérito, que será concluído após a realização de mais uma oitiva. A atuação dos policiais militares foi alvo de um inquérito policial militar, que já foi concluído e encaminhado à Justiça Militar. Os agentes retornaram às atividades operacionais.”, informou a SSP nesta sexta-feira (28). O caso é investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, sob segredo de Justiça.

Relembre

De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os agentes faziam patrulhamento em uma área de tráfico de drogas na região quando foram atacados por um grupo de aproximadamente 10 criminosos. Eles teriam tentado fugir ao notarem a presença da polícia, e então, o confronto teria iniciado entre as ruas São Sérgio e São Fernando. Os suspeitos atiraram contra a equipe, que revidou.

Uma outra equipe da PM chegou para auxiliar no confronto, surpreendendo cerca de 8 criminosos, que continuaram atirando, momento em que os dois adolescentes foram baleados.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para o local da ocorrência, onde foram informados que a criança baleada já tinha sido levada para a Santa Casa de Santos.

Os dois adolescentes também foram atendidos, sendo o mais velho levado para a UPA (Unidade de Pronto Antendimento) Zona Noroeste, onde não resistiu aos ferimentos e morreu, e o outro levado para a Santa Casa de Santos, onde permaneceu sob escolta.

De acordo com a pasta, a Delegacia Seccional de Santos instaurou um inquérito para apurar os fatos e determinou a realização de perícia nas armas apreendidas e no local do confronto para esclarecer a origem do disparo que atingiu a criança.

A mãe da vítima relata que o filho estava brincando com outras crianças em frente à casa de uma prima no momento em que foi atingido na barriga.

Tiro da PM

A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, realizou no dia 6 de novembro, uma coletiva de imprensa sobre o confronto entre policiais e criminosos no Morro do São Bento, em Santos, que resultou na morte de uma criança de 4 anos, e de um suspeito, de 17 anos, além de outro menor de idade ferido. O Coronel Massera, chefe da comunição social da Polícia Militar, informou que os agentes foram afastados, e que os disparos que causaram as mortes podem ser da corporação. Ele também confirmou que haverá reforço de equipes na região a fim de prender os criminosos que conseguiram fugir.

O coronel enfatizou que a ação foi provocada pelos suspeitos, que iniciaram os disparos de armas de fogo contra a equipe, composta por sete policiais, que revidaram e se defenderam, gerando o confronto que resultou nas mortes.

Considerando a dinâmica dos fatos, o coronel afirmou: “Provavelmente, o disparo que atingiu o menino partiu de uma arma de um policial militar. O projétil ficou alojado, e nós temos agora, condições de fazer o confronto balístico e com o resultado da perícia, nós podemos ter essa conclusão.”

Os policiais militares não estão sendo vistos como culpados, mas foram afastados de suas atividades, por meio do Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar, pois estão abalados com o ocorrido. Posteriormente será avaliado o afastamento mais prolongado destes agentes, se houver necessidade.

Menor de idade morto

Ainda durante a coletiva, o coronel informou que o menor infrator, de 17 anos, que foi atingido e morreu durante o confronto, ostentava nas redes sociais armas de fogo, efetuando disparos, e fazia alusões à facções criminosas.

Pai de Ryan morreu em Operação Verão

O pai de Ryan, no dia 9 de fevereiro, estava com um amigo, Jeferson Miranda, de 37 anos, na Rua São Mateus, quando foram baleados e mortos. Segundo registros da SSP (Secretaria de Segurança Pública), um estava na posse de uma mochila e outro de uma sacola, e teriam apontado uma arma de fogo contra os agentes, que revidaram.

A família, porém, nega a versão apresentada pela PM, visto que Leonel estava debilitado e andava de muletas. Ele foi fotografado horas antes do ocorrido, sentado no local, com os objetos que o auxiliavam a andar, ao seu lado.

A mulher, que agora está também sem o filho, informou na época, que era o marido quem ficava com as crianças, enquanto ela trabalhava. O homem estava afastado, e recebia o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele aguardava por uma cirurgia de retirada do projétil alojado no joelho há 15 anos, devido a um confronto com a polícia na época em que o mesmo era envolvido com o tráfico de drogas. Após 10 anos preso, Leonel teria deixado o crime, explicou a esposa.

Reprodução

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