Quem nunca começou o ano prometendo que iria guardar dinheiro para uma viagem ou comprar um carro, e viu o valor sumindo aos poucos da conta durante o ano, que atire a primeira pedra. Afinal, com as urgências do dia a dia, seja com contas ou remédios, pouco sobra para planejar o futuro. Mas para quem tem um dinheiro extra e quer ter uma reserva de emergência ou ver o dinheiro render a longo prazo, uma boa opção é fazer aplicações financeiras. E não estamos falando de investimentos na Bolsa de Valores, nem que você precisa ser milionário para investir.
Segundo o educador financeiro do Sicoob UniMais Metropolitana, Augusto Pires Frias, não é preciso ter muito para começar: “Hoje, com R$ 50 por mês, é possível. Para quem nunca fez qualquer investimento, aconselho começar montando uma reserva de emergência; com ela, não irá passar apuros no dia a dia e não pagará juros. O importante é dar o primeiro passo, pois o tempo desempenha um papel importante .”
A dica vale, principalmente, para quem quer começar a vida e guardar dinheiro para o futuro. Para isso, é preciso fazer um planejamento e determinar o que você busca a curto, médio e longo prazo. O segundo passo, orienta Frias, é buscar uma instituição financeira credenciada pelo Banco Central e, assim, evitar tentativas de golpe (como o famoso esquema de pirâmide).
“A partir desse ponto, é realizado um teste para determinar o perfil de investidor que a pessoa se encontra, fazendo perguntas como renda, grau de estudo, conhecimento e meta de investimento a longo prazo, permitindo assim a oferta de um produto adequado”, explica Augusto Frias.
Quem está apenas começando e não conhece muito de investimentos, obviamente não quer arriscar. Por isso, todo gerente irá orientar a começar por investimentos de baixo risco – alguns exemplos são a poupança, o RDC (recibo de depósito cooperativo, no caso de cooperativas), ICI (letra de crédito imobiliário), títulos do tesouro, entre outros. A diferença para investimentos de alto risco (ações, day trade, câmbio, entre outros) é que esses possuem maiores riscos, entretanto, podem render mais.
“Tecnicamente, quanto maior o risco, maior a possibilidade de retorno. Cabe procurar a melhor relação entre os dois”, afirma o educador financeiro.
Prazos de investimento
Quanto mais tempo você deixa seu dinheiro aplicado, maior o seu rendimento. Mas isso significa que você não poderá resgatá-lo tão cedo. Essa é a importância do planejamento das finanças para escolher o que se encaixa com os seus objetivos de vida. Existem três tipos de prazo de aplicação: curto, médio e longo prazo.
Curto prazo: o prazo deste investimento é de até dois anos. Possui uma alta liquidez (ou seja, a rapidez com que ele se converte em dinheiro e pode ser resgatado). É a melhor opção para quem precisa de uma reserva de emergência. Alguns exemplos de investimento a curto prazo são investimentos de renda fixa e poupança.
Médio prazo: com resgate de dois a cinco anos, geralmente possui um pouco mais de rentabilidade. Opções de médio prazo são os fundos de investimento, Letras de Crédito Imobiliário (LCI), entre outros.
Longo prazo: Alguns exemplos são Fundos de Ações, Fundos Referenciados e uma grande diversidade de outros investimentos, que podem ou não possuir risco.
Quando se trata de longo prazo, existe também a previdência privada. Segundo Frias, nela, são feitos investimentos mensais para dois casos principais: a aposentadoria ou, então, para deduzir o imposto de renda.
Alerta para golpes
Além de procurar instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central como mencionado anteriormente, o educador financeiro alerta para outros pontos importantes:
“Quando prometem um retorno fixo muito alto em um prazo baixo; investimentos que exigem o recrutamento de terceiros para investir também, o que caracteriza pirâmide financeira. Existe uma grande diversidade de golpes por aí, por isso é importante procurar uma instituição financeira de confiança e não confiar seus dados – e seu dinheiro – a estranhos”, finaliza o especialista.