Rebaixamento à vista e um sumiço injustificável na Ponte Preta

Elias Aredes
Elias Aredes
Elias Aredes Junior é jornalista formado desde 1994. Já trabalhou nos jornais Diário do Povo, Tododia e agora está no Correio Popular. Também atuou na TV Século 21, Rádio Central e atualmente está na Rádio Brasil. É responsável pelo portal Só dérbi (www.soderbi.com.br)
Foto: Marcos Ribolli/PontePress
Foto: Marcos Ribolli/PontePress

A Ponte Preta agoniza em praça pública. Luta contra o rebaixamento. Uma equipe que não transmite confiança ao torcedor. São 35 pontos que transmitem uma sensação de limite. Existe a impressão de que os cinco jogos restantes serão semelhantes a um purgatório. Fim da esperança. Surgiu a angústia. O torcedor quer explicações. Quer entender porque a alegria da Série A-2 virou o desespero de sentir a perspectiva de pisar nos gramados da terceira divisão nacional.

Explicações. Quem deveria concedê-las? Quem teria os argumentos suficientes para justificar um quadro tão grave e quase irreversível? O presidente Marco Antonio Eberlin? Seria a resposta mais lógica. Afinal, a montagem da equipe ficou sob sua responsabilidade. As decisões evocam a partir da sala da presidência. Teria a obrigação de enfrentar a opinião pública pontepretana.

Só que um componente não pode ser esquecido: MRP. Três letras que carregam o maior lufar de esperança já visto pelos lados do estádio Moisés Lucarelli. Planos, maquetes, arquivos de Powerpoint, reforma do Moisés Lucarelli. Uma série de propostas e feitos para elevar a Macaca a um novo patamar. Ótimo. Maravilhoso. Se tudo saísse do papel, realmente ninguém temia pelo futuro da Alvinegra campineira.

Os adeptos do movimento político enumeram fatos excepcionais para explicar os resultados desastrosos. Transferban, bloqueio de contas, penhora do estádio, entre outros desastres fora do roteiro. Eles explicam, justificam e de mansinho tiram o time de campo. Ninguém explica. O MRP adotou o silêncio como manifesto político. Sem pronunciamentos ou declarações a respeito do desastre que se aproxima.

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Pergunto: o que justifica? Como entender essa ausência do debate? Tal ausência é letal porque produz falta de explicações de outros temas essenciais: o MRP aprova a administração de Marco Eberlin? Defende as decisões do presidente no futebol? Que fórmulas enxerga para sair da crise? O grupo concorda com a metodologia aplicada no Departamento de Futebol Profissional? Se existe concordância, por que não deu certo?

Apostar no passado como elixir para as falhas do presente pode ser uma armadilha. Explico: certamente signatários do MRP acreditam que,o fracasso da atual administração não pode ser suficiente para que a torcida pontepretana aceite o retorno ao passado, o que, no caso, seria a consagração da oposição representada pelo grupo DNA Pontepretano.

Considero que os dois grupos são erráticos para o futuro da Macaca. Só que se o MRP e a Diretoria Executiva entendem que a margem de erro é infinita, o engano é gigantesco. Para que ninguém reclame de se falar de política, vou usar um outro clube como referência. Na década de 1980, Waldemar Pires foi eleito como presidente do Corinthians e foi eleito com apoio de Vicente Matheus. Em dado momento, ele rachou com o histórico dirigente e abriu as portas para a Democracia Corinthiana. Na sequência, veio Roberto Pasqua como novo mandatário e eis que em 1987 quem é escolhido como mandatário corinthiano? Vicente Matheus, aquele que outrora era repudiado.

Que o MRP saía da toca, dialogue com o torcedor pontepretano e fique atento para não ser atropelado pela história. Porque quem é mocinho hoje pode virar vilão amanhã. E vice-versa. O futebol adora inverter papéis que parecem definidos. Que o MRP fale e apareça. Antes que seja tarde.

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