Suspeito de matar a esposa alegou que estava no mercado no momento do crime

Isabela Reis (sob supervisão)
Isabela Reis (sob supervisão)
21 anos, estudante de Jornalismo na Puc Campinas

A família da ajudante de cozinha Gislaine Aparecida Almeida de 45 anos fala pela primeira vez sobre o feminicídio. Gislaine foi morta pelo marido na cidade de Sumaré, na casa onde os dois viviam, no último domingo. No mesmo dia, suspeito confessou o crime e foi preso.

Quando ele havia consumado o crime, saiu gritando pela rua que alguém teria matado a esposa dele enquanto estava no supermercado, na tentativa de encobrir o que havia cometido, porém os vizinhos já tinham escutado a discussão anterior e não acreditaram na versão dele.

A sobrinha, Pietra, que encontrou o corpo, comenta que teve um ataque de pânico ao relembrar o que aconteceu com a tia “eu tive um ataque de pânico esses dias. A luz do quarto estava apagada e eu pedi para o meu marido ligar a luz porque ele (o suspeito) ia vir me matar.” No dia do crime, ela escutou os boatos na vizinhança e foi correndo até a casa, o portão estava trancado mas ela pulou o muro e ao olha pela janela do quarto encontrou a tia morta com ao menos dez facadas. Ela confrontou o tio, que negava o crime.

Luan Almeida, o filho da vítima, estava em outro ponto da cidade e relata o susto que passou. “Era um dia tranquilo, estava me preparando para viajar, fui ao barbeiro. Saí desesperado, cheguei até a quebrar um móvel do lugar sem querer. Quando eu cheguei minha tia já estava desolada no quintal, minha prima também, tinha um monte de viaturas em volta”

Quando chegou no local, queria confrontar o autor, mas não obteve sucesso, “ele já estava dentro da viatura. ele sempre negou, dizia que não era ele, os policiais tentavam tirar informação mas ele não falava. Toda vez que os policiais perguntavam ele falava uma versão diferente, ele inventava uma coisa nova”. Porém após horas de interrogação ele acabou confessando o crime na delegacia. Ele aponta o comportamento suspeito do homem “Era claro na cara dele que a frieza que ele tinha em relação a isso”.

Ele conta a dor que sentiu ao contar o que havia ocorrido para a irmã mais nova “Acho que a parte mais difícil foi passar a informação para a minha irmã de oito anos, mas acho que ela já pressentia”. Ele destaca também que sempre levava a irmã para ficar na casa da tia, tentando poupa-la de vivenciar os abusos psicológicos sofridos pela mãe.

O homem já tinha boletins de ocorrência abertos relacionados a violência em antigos relacionamentos. A irmã da vítima também conta que o relacionamento sempre foi abusivo, embora no começo a família não tenha percebido. “Ele sempre insistia em morar longe e quebrava o celular dela durante as discussões, para isolar ela”.

O caso:

Gislaine foi morta a facadas pelo marido no período da manhã do dia 06/04. Tudo ocorreu na casa onde eles viviam, no bairro Conceição, no distrito de Nova Veneza, em Sumaré

Eles tiveram uma discussão grave que resultou em um conflito físico. O homem acabou esfaqueando ela dez vezes pelo corpo. Posteriormente ela foi encontrada pela sobrinha no próprio quarto.

O homem não queria abrir o imóvel, que estava trancado, mas a sobrinha pulou o muro e abriu a porta. O Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) foi chamado, mas a mulher já havia morrido antes das autoridades chegarem.

A vizinhança já havia escutado a discussão e chamou a polícia. O casal estava junto há seis anos e eles não tinham filhos. Porém, Gislaine já tinha quatro filhos de outro relacionamento.

Depois de negar diversas vezes à polícia, ele acabou confessando o crime na delegacia.

*Supervisão Ettore Melato

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