Entenda os impactos jurídicos e políticos da manifestação pró-Bolsonaro

Bolsonaro em ato na Av Paulista (Foto: Marcelo D'Sants/Ato Press/Folhapress)

O número de pessoas no ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, é tema de discussão na cobertura política desde de a noite deste domingo (26). Em meio às investigações relacionadas a tentativa de golpe de estado, o ex-chefe de estado foi até a via mais conhecida da capital paulista e se defendeu diante de seus seguidores.

Durante o Jornal Novabrasil, o cientista político Rafael Cortez afirmou que o apoio ao ex-presidente é sólido, mas que a manifestação não terá impacto no ritmo das investigações da Polícia Federal. 

“O número de pessoas na Av. Paulista, independentemente de quantas sejam, é suficientemente relevante para mostrar a força política do bolsonarismo, especialmente se a gente analisa essa manifestação a luz dos desdobramentos jurídicos e das operações da Polícia Federal em torno do ex-presidente e do seu núcleo de apoio. Então é uma manifestação que parece relevante e retrata essa divisão do país que a gente pega por outras pesquisas. Uma ideia de que o Brasil ainda fica marcado pelo tipo de conflito que a gente assistiu nas eleições de 2022, então acho que do ponto de vista político um número relevante, mas por outro lado me parece que não é nada a ponto de conseguir algum impacto no ritmo das investigações que envolvem o ex-presidente”, disse o cientista político.

Ele comentou ainda a força que a direita brasileira ganhou nas manifestações de rua na última década.

“Nos últimos 10 anos a gente mudou o perfil de manifestações políticas no Brasil. Muito marcantes no campo da esquerda antes e agora a direita tem tido uma participação bem relevantes nas ruas em vários tipos de conjuntura e isso me parece mostrar que existe um mercado eleitoral bem importante para a direito explorar e a força política do ex-presidente me parece bem importante e ainda acho que a direita é bastante favorita nas eleições municipais de 2024”, comentou.

As eleições municipais de 2024 estão agendadas para outubro e diversas capitais terão candidatos apoiados por Bolsonaro.

“O presidente do PL também estava lá, ima legenda que tem investido recursos e apostado na estratégia de se ligar ao ex-presidente Jair Bolsonaro justamente para conseguir mobilizar esse apoio pessoal e canalizar para o PL nesse disputa forte entre as legendas. A minha interpretação é que olhar o desempenho do PL será o melhor termômetro para analisarmos esse chamado bolsonarismo porque é uma legenda que apoiou o ex-presidente. Mas existem candidatos que não são do PL, o prefeito de São Paulo é do MDB”, analisou.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA COM O CIENTISTA POLÍTICO RAFAEL CORTEZ

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