O jurista e ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Jr, afirmou ao Jornal Novabrasil desta segunda-feira (8) que o poder judiciário precisa julgar com celeridade os responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Ele afirmou também que o Supremo Tribunal Federal agiu de forma firme, mas que é preciso julgar os autores intelectuais dos ataques contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“É necessário que se leve aos tribunais os financiadores, os autores intelectuais e os incentivadores. O 8 de janeiro não terminou. Ainda existe a possibilidade da exploração de uma pauta conservadora que gire em torno de questões de costumes que se misturam com o receio que foi inoculado de um comunismo identitarista. Ou seja, lendo as ações penais que foram julgadas na seção penal de 13 de outubro verifica-se que as pessoas se dizem contra o aborto, contra o banheiro único. São pautas de caráter moral, de costumes e contra as minorias”, explicou.
Para o cientista político e presidente do Instituto Monitor da Democracia, Márcio Coimbra, o anonimato das redes sociais foi crucial para a organização dos atos.
“As redes tiveram uma força. Foi por intermédio delas que se gestou toda a organização do que aconteceu. A conexão entre as pessoas que tinham a visão de buscar a intervenção militar e que buscavam enfraquecer a democracia ocorreu. As redes sociais, sim, tiveram fator preponderante 1 ano atrás. E é preciso que se tome cuidado porque o anonimato das redes muitas vezes pode levar a situação de risco. O anonimato pode levar a movimentos contra as instituições e contra a democracia”, analisou.
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