Após exagerar no natal e réveillon, muitas gente está aderindo ao “janeiro seco”, época do ano em que as pessoas suspendem o consumo de bebidas alcoólicas de forma voluntária. Esse conceito foi criado em 2013 no Reino Unido e ganhou força em alguns países. Aqui no Brasil, essa prática é mais recente, mas também tem ganhado adesão de algumas pessoas que buscam fazer uma espécie de “desintoxicação” no início ano.
De acordo com o psiquiatra e presidente executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, Arthur Guerra, o janeiro seco complementa o conceito de janeiro branco, campanha que destaca a importância do cuidado com a saúde mental para uma vida plena e saudável.
“Janeiro branco complementa o janeiro seco porque traz um holofote ao assunto saúde mental. A saúde mental ela teve um papel enorme na pandemia porque as pessoas ficaram com depressão, ansiedade, etc. Nós vimos que com o final da pandemia o problema da saúde mental se mantém e muitas vezes ele é sutil e aparece, por exemplo, com uma ansiedade. A gente vive num mundo ansioso. Algumas pessoas vão tentar tratar da ansiedade com álcool e o pior de tudo é que o álcool diminui a ansiedade por 20 minutos, depois o efeito é muito pior”, disse em entrevista ao Jornal Novabrasil desta terça-feira (9).
Ele também cita consequências positivas para a saúde e que podem ser sentidas rapidamente por quem adere o janeiro seco.
“A experiência é maravilhosa por três motivos. Primeiro porque a pessoa percebe que tem controle sobre o álcool, segundo porque ajuda a perder peso e desinchar e terceiro porque ela pode olhar pra outras esferas da vida dela como esportes, alimentação, manejo do estresse. Janeiro seco tem essa característica que não é oficial, mas é difundida no mundo todo e no Brasil agora”, comentou.
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA: