Posse de Milei é marcada por ausência de líderes do G20 e promessas de choque na economia

Javier Milei desfila como presidente da Argentina / EFE/ Enrique García Medina

A posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, ocorreu neste domingo (10) com a presença de apenas oito chefes de estado. Nenhum líder do G20, G7 ou BRICS compareceu à cerimônia, que foi marcada também por um discurso com críticas aos governos anteriores e promessas de choque na economia.

Ainda ontem, o novo mandatário anunciou a redução no número de ministérios de 18 para 9.  

“Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e prosperidade, uma era de crescimento e desenvolvimento, uma era de liberdade e progresso. Não há dinheiro, não há alternativa ao ajuste, não há alternativa ao choque”, esbravejou Milei em frente ao parlamento argentino.

Em entrevista ao Jornal Novabrasil, o professor de Relações Internacionais no Ibmec, Lier Pires Ferreira, analisou o discurso de posse do novo presidente da Argentina e afirmou que o novo governo preciasará de uma boa relação com o Congresso porque dificilmente terá grande apoio popular no início da gestão.

“Parece que essa lua de mel, se vier, será apenas na relação com o Congresso Nacional. Ontem, inclusive, a ex-presidente Cristina Kirchner participou da cerimônia de Milei no Congresso Nacional e estava trajando uma roupa vermelha como elemento provocativo à perspectiva ultraliberal, anarcocapitalista, colocada pelo Javier Milei. Então, essa lua de mel, se vier, será com o Congresso na perspectiva de que ele tem de criar uma base de governabilidade dentro do parlamento”, comenta.

Darante a campanha, Milei chamou Lula de “ladrão”, “criminoso” e “comunista” em diversas entrevistas de rádio e televisão. Como resposta, o presidente do Brasil não compareceu à cerimônia de posse do argentino. No entanto, apesar da tensão, o professor Lier não acredita que as relações entre os países sofrerão paralisações ou suspensões.

“As relações entre os países da região são muito importantes. Por exemplo: Brasil e Argentina foram países que passaram ao longo do século XX por processos de industrialização periférica, ou seja, uma industrialização baseada na capitação de recursos e tecnologias de países estrangeiros, de potências europeias e norte-americana. Qual é o principal destino dos produtos manufaturados argentinos? Resposta: mercado brasileiro. Qual é um dos principais mercados para os produtos brasileiros? Mercado argentino”, explica.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA ABAIXO:

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