Pesquisa divulgada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) informa sobre o perigo das apostas on-line no país. Conforme anunciado, 10.9 milhões de brasileiros fazem o uso perigoso da plataforma, enquanto 1.4 milhão já desenvolveram transtornos decorrentes da atitude.
O programa TH+ Cidade, apresentado por João Carlos Borda, recebeu Larissa Essia, que é psicóloga e especialista em saúde mental, para discutir o assunto.
De acordo com a especialista, “é muito triste que a gente ainda não tenha políticas públicas pensadas para isso. Isso ainda está em desenvolvimento, essa questão não foi priorizada pelo nosso governo quando decidiram liberar as bets”, disse a especialista quando indagada sobre os problemas de saúde gerados pelo vício em apostas.
“Não existe jogo responsável. Quando a gente pensa em vício, a gente precisa pensar que isso vai gerar uma demanda para atendimento de saúde. É algo que ainda está muito precário no nosso país”, continuou a psicóloga.
A necessidade da criação de políticas públicas para auxílio aos indivíduos dependentes das apostas é justificada por Essia. “É pensando no impacto que a liberação desses jogos têm na nossa sociedade, na nossa saúde. Se você vai assistir um jogo de futebol, tem quatro ou cinco casas (de apostas) que são colocadas ali, já nesse meio que têm apostadores”, explicou.
Para Larissa, os adolescentes representam a faixa etária mais suscetível ao vício em apostas virtuais. “Jovens até 20 e poucos anos não tem capacidade maturacional, quando a gente pensa em termos de desenvolvimento, de saber pensar no passado, presente e futuro. Eles vivem muito no presente e não pensam no que aquilo pode gerar. O impacto nessa faixa etária é muito maior pois ficam mais suscetíveis a desenvolver esse vício”, completou a especialista.
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Alerta em números
10,9 milhões de pessoas fazem uso perigoso de apostas no brasil. 1,4 milhão de apostadores desenvolveram transtornos de jogo, com prejuízos pessoais, sociais ou financeiros.
A pesquisa destaca que 9,3 milhões de pessoas usam bets no brasil, o que coloca a modalidade como a segunda na preferência dos brasileiros, ganhando inclusive do jogo do bicho. O principal ambiente de apostas no país continua sendo a loteria.
A pesquisa também acendeu o alerta para a prática de apostas por adolescentes. Conforme o estudo, 10,5% dos jovens entre 14 e 17 anos disseram ter jogado no último ano, e 55,2% dos apostadores nessa faixa etária estão na zona de risco.