Seu crachá é temporário!

Karin Lin
Karin Lin
CEO da York Solutions, mentora nas áreas de conexão de negócios, especialista em comunicação estratégica e governança empresarial. Diretora Institucional e Novos Negócios do Desenvolve Vale, presidente do conselho fiscal do Invoz e conselheira no CONFEM (CIESP-SJC). Com 17 anos de experiência na área tecnologia aeroespacial, supply chain e global sourcing. Na área pública, ocupou o cargo de diretora de relações institucionais e fomento de novos negócios da cidade de São José dos Campos.
Karin Lin
Foto: Arquivo pessoal

Enquanto o profissional carrega um crachá no peito, acredita que a empresa o contrata e ampara por um período indefinido. Falácia! O ambiente corporativo provoca no profissional uma sensação de empoderamento e convida à famosa zona de conforto. Mas, vamos ser sinceros e refletir? Estar empregado por uma empresa renomada nos traz certa prepotência. Afinal, essas contratações sempre acompanham um salário interessante e um pacote de benefícios cobiçados pela maior parte dos trabalhadores.

Assim os anos se passam e cada vez mais o profissional se aprofunda nos problemas da empresa, agora vitais ao seu sustento e realizações pessoais. Seu ciclo de relacionamento se restringe aos muros da firma e o cotidiano está fadado às agendas com inconstâncias dos gestores e prioridades dessa entidade. Adeus à necessidade de manter contato com amigos e profissionais que não estão na mesma órbita!

Até que um certo dia seu gestor convida a uma reunião e anuncia seu desligamento. A justificativa pode ser condizente com seu desempenho ou com o momento do mercado, não importa. Isso mesmo, você está demitido. E como um passe de mágica aquele ambiente que você considerava seu habitat natural, depois da sua casa, se torna um lugar estranho e não mais “pertencente” a você. Te tiraram o chão!

Bem-vindo à sua nova realidade. No mesmo dia, você é obrigado a recorrer a uma rede de contatos, o famoso network. A ferramenta Linkedin, que antes não era necessária, passa a ser uma nova aliada. Afinal, as conquistas, enquanto estava empregado, pertenciam à corporação ou a você? Ficar expondo os prêmios, títulos e participações em notáveis eventos poderia ser confundido com algum interesse de mudar de emprego. Poderia também provocar um tenebroso jargão, sempre em tom de brincadeira, mas com fundo de verdade: “prego que se destaca muito leva martelada.” Por essas e outras, parecia prudente não se promover fora da firma.

Nesta nova condição, a dificuldade é certa, seu perfil profissional está desatualizado e seu networking restringido por anos apenas às pessoas da empresa. Quem já passou por essa situação, sofreu na pele o desafio existencial que essa condição de desempregado e sem um network efetivo traz. Informar a qualquer um que está desempregado já é um desafio por si só, imagine estar nesse lugar e ainda pedir ajuda.

Para isso não acontecer, conscientize-se de que seu crachá é temporário. Não pare no tempo e não caia na cilada da “estabilidade”. Não há! Mantenha sempre um plano B em mente e faça o exercício: se eu não tiver esse emprego amanhã, o que farei para sustentar minhas despesas e as de minha família? Quem são as pessoas que devo manter relacionamentos saudáveis fora do meu atual trabalho? Como eu consigo agregar valor as pessoas? Vá em frente e nutra o networking, ou seja, a arte de se relacionar e manter viva sua rede de apoio profissional e interpessoal. Não espere estar desempregado e em busca de socorro. O tempo urge!

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