Enquanto o mundo ainda lida com a dor e a fúria das catástrofes climáticas, lembretes cruéis de um futuro que já é presente, uma suave chuva de esperança se forma sobre o Brasil. Nosso país, de dimensões continentais e ambições históricas, afirma-se como uma referência global na transição energética, liderando pelo exemplo. Os dados do Balanço Energético Nacional de 2025 falam por si e soam quase como um feito poético: 88% da nossa matriz energética provém de fontes renováveis.
Nossa espinha dorsal, as hidrelétricas, permanece forte. A água, que flui em nossos rios, gera 56,1% de toda a energia consumida no país, utilizando o ciclo hídrico natural como seu principal motor. Mas a beleza da diversidade é o que realmente nos coloca em vantagem. Ao lado da força hídrica, a energia eólica (principalmente nos parques do Nordeste) e a solar se somam, desenhando um novo horizonte elétrico nacional.
O resultado desse esforço é palpável: alcançamos a menor taxa de emissão de gás carbônico dos últimos dez anos. Em um ano crucial, que antecede a COP 30, o Brasil não é apenas um participante; torna-se a vitrine de um novo e necessário rumo mundial em direção à descarbonização.
E o compromisso não para na geração de larga escala. Programas governamentais de eletrificação rural levaram a luz a quase 50 mil novos domicílios nos últimos três anos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, um reforço essencial na universalização do acesso democrático à energia elétrica. E embora ainda existam populações isoladas que dependem de soluções locais (uma condição que, felizmente, representa menos de 1% da carga total), o que vemos hoje é um passo gigante. É o movimento fundamental para encabeçar uma mudança urgente em prol do planeta e das populações mais afetadas pelos caminhos trilhados nas últimas décadas.
Nesses números expressivos, está cravado um tipo diferente de bandeira. Não é apenas um recorde técnico de geração; é o desenho de um futuro de resiliência que o nosso país teima em construir. O Brasil de hoje se apresenta ao mundo não só com suas belezas naturais, mas com a proposta audaciosa de ser a solução, provando que é possível conciliar desenvolvimento e sustentabilidade. E esse feito, que nos coloca na vanguarda de uma corrida contra o tempo para frear a crise climática, é o mais legítimo e duradouro motivo de orgulho nacional.



