Enfermeira do Médicos Sem Fronteira relata dificuldades no atendimento em Gaza

Foto:Mohammed Hinnawi/ONU/UNRWA

A organização “Médicos Sem Fronteiras” está atuando neste momento em seis hospitais na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. As bases de atendimento estão localizadas principalmente na região central e sul do território.

Em contato com a Novabrasil, a Gestora de Carreiras do “Médicos Sem Fronteiras”, Natacha Parraguez, contou como está sendo realizado o trabalho em meio ao conflito entre o Hamas e Israel. Ela explica que esteve em Gaza em 2023 e que os profissionais da área de saúde muitas vezes necessitam de atendimento psicológico em razão do estresse provocado pelo cotidiano da guerra.

“A gente tem um médico assinado para cuidar do nosso grupo quando estamos em Gaza e há também um suporte psicossocial, que pode ser acionado a qualquer momento por nós. Eu estive lá de março a setembro do ano passado. Em maio nós tivemos uma escalada da violência, com 5 dias de bombardeamento entre Hamas e Forças de Israel e nesse momento todos os protocolos de segurança foram ativados, então as saídas para a rua foram proibidas, a gente teve que se abrigar no subsolo do prédio em que vivíamos para evitar as forças de impacto, a gente ficou 5 dias em confinamento. Existe uma coordenação que fica cuidando da segurança, existe uma análise de segurança feita de acordo com as notícias que vão chegando e a partir daí os protocolos vão sendo acionados. Se a gente está com uma segurança mais tranquila, a gente pode, por exemplo, ir ao mercado. Atualmente a segurança está muito restrita, os profissionais estão restritos basicamente ao hospital, local onde eles estão vivendo e trabalhando. E a quantidade de tempo que se fica num lugar desse também acaba sendo reduzida”, diz a enfermeira de formação.

A organização atua na região há mais de uma década e o momento atual é o mais delicado e perigoso para os profissionais que estão trabalhando.

“O Médicos Sem Fronteiras está presente em Gaza desde 2011 e a gente vem atuando lá em outros contextos de saúde e situações humanitárias até esse momento de conflito armado maior. Outros conflitos foram acontecendo em menor escala, mas historicamente esse é o maior que estamos enfrentando. Então, a presença de organizações humanitárias, principalmente na Faixa de Gaza, é algo importante. O Médicos Sem Fronteiras está lá com a presença de um pool de emergência, são pessoas que estão treinadas e capacitadas para enfrentar esse tipo de situação”, explica.

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