Democrata do Colorado é primeiro senador a dizer que não crê na vitória de Biden

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Michael Bennet, do estado do Colorado, é o primeiro senador democrata a dizer publicamente que não acredita em uma vitória do presidente Joe Biden nas eleições de novembro, nos Estados Unidos. Desde o debate contra Donald Trump no final de junho, permanece o receio de que o desempenho de Biden possa afundá-lo nas pesquisas.

Para senador, Trump ‘está no caminho’ para ganhar a eleição. Bennet também vê chances de o republicano vencer Biden por “ampla” vantagem. “[Trump pode] Levar o Senado e a Câmara também. Então, para mim, não é uma questão sobre pesquisas eleitorais. Não é uma questão de política. É uma questão moral sobre o futuro de nosso país”, disse o senador em entrevista concedida na terça (9) à CNN.

Falas refletem a preocupação de que Biden prejudique o partido. Segundo a CNN, os Democratas – incluindo aqueles que trabalham na Casa Branca – veem esta semana como crucial para a sobrevivência política do presidente. Ontem, parlamentares e senadores se reuniram de forma privada, mas não chegaram a um consenso sobre como agir daqui para frente.

Porta-voz da campanha minimizou os comentários do senador. Questionado pela CNN, Kevin Munoz afirmou em nota que “esta sempre foi uma corrida acirrada” e que os eleitores continuam “profundamente preocupados” com Trump e sua agenda prejudicial. “Ainda temos muitos dias até a eleição, e o trabalho árduo para conquistar cada voto está longe de terminar”, completou.

Congressista do Texas já havia sugerido que Biden desistisse. Lloyd Doggett foi o primeiro membro do Partido Democrata a pedir publicamente que o presidente deixasse a disputa. “Nosso principal critério deve ser quem tem a maior chance de salvar nossa democracia. Há muito em jogo para arriscar uma vitória de Trump”, disse o congressista no início do mês.

“Desde aquele debate desastroso [contra Trump], a Casa Branca não fez nada para realmente mostrar que eles têm um plano para vencer esta eleição, na minha opinião”, disse Michael Bennet, senador democrata, à CNN.

POSSIBILIDADES E DIFICULDADES

Democratas têm até a Convenção Nacional para definir candidato. No evento, que acontece em agosto, o partido vai apresentar e oficializar o nome de quem vai concorrer contra Trump. Analistas ouvidos pelo UOL explicaram ser “praticamente impossível” que os democratas consigam substituir Biden sem que o próprio presidente se retire da disputa, algo que ele já jurou diversas vezes que não faria.

Desistência de Biden seria a solução possível, mas é pouco provável. O democrata pode se retirar da disputa pela reeleição e continuar no cargo até o fim de seu mandato, mas seria uma situação bastante incomum: na história dos EUA, isso só aconteceu uma vez, em 1968, com o então presidente (e também democrata) Lyndon Johnson.

Partido agora vive uma ‘sinuca de bico’, segundo especialista. Por um lado, tirar Biden enfraqueceria ainda mais sua imagem, reforçando a tese de que o presidente não é capaz de governar os EUA. Por outro, faltando pouco mais de quatro meses para a eleição, “qualquer candidato agora vai sair em grande desvantagem”, disse ao UOL Adriano Cerqueira, professor de Relações Internacionais do Ibmec-BH.

Redação / Folhapress

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