SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um tribunal britânico anunciou nesta sexta-feira (5) a 15ª pena de prisão perpétua para a enfermeira Lucy Letby, que já estava presa e havia sido condenada pelo assassinato de sete bebês recém-nascidos e por tentar matar outros seis na unidade neonatal em que trabalhava em Chester, na Inglaterra, entre junho de 2015 e junho de 2016.
No início desta semana, o júri do novo julgamento havia considerado a ex-enfermeira de 34 anos culpada por tentar matar uma menina “muito prematura”, conhecida como Bebê K, ao deslocar o tubo de respiração dela nas primeiras horas de 17 de fevereiro de 2016, de acordo com a BBC.
O júri entendeu que Letby não interveio para salvar a criança e apenas ficou ao lado da incubadora enquanto observava os níveis de oxigênio no sangue dela caírem. O pediatra Ravi Jayaram entrou na sala de cuidados intensivos e a pegou “praticamente em flagrante” naquela madrugada.
Ao ouvir a nova sentença de prisão perpétua pela morte da bebê prematura, a qual o juiz chamou de “ato chocante de crueldade calculada e insensível”, Letby gritou do banco dos réus “eu sou inocente”, segundo o periódico britânico The Guardian.
Parentes da oitava vítima morta estavam no tribunal no momento da leitura da sentença e demonstraram ter ficado em choque com a reação da enfermeira.
Em agosto do ano passado, Letby se recusou a subir até o banco dos réus para ser condenada a 14 penas de prisão perpétua, mas estava no banco dos réus para receber sua 15ª pena.
A mãe da Bebê K, que engravidou da filha depois de ter tido um aborto espontâneo, leu uma declaração ao tribunal na presença de Letby. “A devastação se expande tão longe e por tanto tempo quando uma criança é perdida, ainda mais nessas circunstâncias”, disse ela, segundo a BBC. “Vamos obter respostas e o veredicto que queremos? Isso realmente trará paz e encerramento? Bebê K não está aqui, nunca estará.”
O advogado de Letby, Ben Myers, disse que “as provas não apoiam o que é alegado”.
Letby foi detida em 2018, acusada de matar os bebês ao aplicar injeções de insulina e de ar a segunda pode causar embolia gasosa. Ela também alimentava os recém-nascidos à força com leite. Todas as acusações dizem respeito a crianças com menos de um ano.
Durante as investigações, policiais encontraram textos escritos pela enfermeira em que ela incriminava a si mesma. “Eu os matei de propósito, pois não sou boa o suficiente para cuidar deles”, diz uma anotação em um diário apreendido por policiais depois que a mulher foi presa. “Sou má, fiz isso”, afirma, com letras maiúsculas, em outro trecho.
Os detetives ainda encontraram na residência documentos e anotações com referências às crianças envolvidas no caso. Ela também pesquisou na internet dados sobre os responsáveis pelos bebês mortos.
Redação / Folhapress