SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A jornalista e apresentadora do Encontro, Patricia Poeta, 47, relembrou o que diz considerar um dos momentos mais angustiantes de sua vida, durante o parto de seu único filho, Felipe, hoje com 21 anos. Segundo ela, foi recentemente que se deu conta de que sofreu uma violência obstétrica durante o nascimento, ocorrido nos Estados Unidos, onde trabalhava como correspondente da Globo, em 2002.
“Com 41 semanas, um dia fui para o hospital fazer mais um exame, daqueles que você faz quando a criança está para nascer, e dali não saí mais. Dali em diante, várias experiências seriam vividas. Foram 14 horas para que o bebê nascesse de parto normal. Coisa que não tinha chance de acontecer. Nessas horas, de cinco em cinco minutos, a dor, com o parto induzido e sem anestesia, era extrema. E, apesar de passar por tudo aquilo e pedir por medicação, nada me foi dado”, disse em entrevista à Universa.
Conforme relato de Poeta, o médico e as enfermeiras teriam mantido a decisão de esperar mesmo com risco para o bebê, sem levar em consideração o bem-estar dela. “Depois de todas essas horas sofrendo, fui levada para uma sala de cirurgia. Começava um novo parto, no dia seguinte. Dessa vez, cesariana. Nessa hora, a sensação que tinha era de que não existia mais. Não tinha sobrado nada de mim. Sensação de não ter mais forças”, contou.
“Era como se tivesse passado por uma tortura. Meu coração estava mais acelerado do que nunca. Tinha medo, muito medo de tudo que tinha vivido nas últimas horas e do que poderia acontecer. Tenho um trauma tão grande que até hoje não consigo ver filmes, documentários de parto. Criei uma espécie de bloqueio”, emendou ela à publicação.
Até então, Patricia justificava esse momento como algo cultural de outro país, mas após se inteirar do tema e conversar com outras mulheres, se deu conta de que aquilo não havia sido algo normal.
“Percebi que nada justificava aquilo. Fui estudar o posicionamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto à violência obstétrica e aí caiu a ficha: eu tinha sido vítima.”
Filho da apresentadora com o diretor da Globo Amauri Soares, Felipe Poeta se apresenta como PoetaNoBeat e é autodidata em guitarra, baixo, violino, piano, teclado e sintetizador. Após se formar em produção musical na Los Angeles College of Music, ele voltou ao Brasil para montar a gravadora Tha House Company.
Também atua como diretor artístico de novos nomes e produz trilhas sonoras, como a da segunda temporada da série “Arcanjo Renegado”, do Globoplay.
Redação / Folhapress