O pai e a madrasta de uma criança de 4 anos, identificada como Emanuelly Lourenço Silva Souza, foram presos na noite desta quinta-feira (27). Segundo divulgado pela polícia, eles teriam matado, esquartejado e enterrado o corpo da menina no quintal da casa em que moravam, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
De acordo com a polícia, a morte da criança aconteceu em setembro, mas só foi descoberta após o pai ser confrontado por integrantes do Conselho Tutelar a respeito do paradeiro de Emanuelly, momento em que ele teria confessado o crime. A reportagem tenta localizar a defesa do casal.
A equipe foi até o local após a mãe da criança prestar queixas de maus-tratos. Segundo a polícia, em razão de um tratamento médico que a mulher fazia, tanto Emanuelly quanto outro filho estavam sob cuidados do pai havia cerca de dois anos. Entretanto, o menino já tinha voltado para a casa após relatar agressões.
Conselheiros tutelares foram até a casa do casal nesta quinta-feira e encontraram apenas Manoela Cristina Cesar, de 34 anos. Conforme o boletim de ocorrência, ela demonstrou nervosismo ao ser questionada e afirmou que Emanuelly estava com a mãe. Ela teria ainda dito aos agentes que eles deveriam falar com o pai da criança.
Mais tarde, à noite, a equipe retornou ao endereço e encontrou Lucas Silva Souza, 29, que, como Manoela, disse que a menina estaria com a mãe. Os conselheiros então o levaram até a sede do Conselho Tutelar para esclarecer o caso. Durante a conversa, segundo relato dos servidores, o homem se contradisse diversas vezes e afirmou que, se revelasse o que sabia, sairia do local algemado. Em seguida, ele teria confessado o crime, momento em que a polícia foi acionada e o casal acabou detido.
Souza contou aos conselheiros que no dia 15 de setembro havia deixado a filha sob responsabilidade da madrasta antes de sair para trabalhar. Segundo o registro policial, ele afirmou que quando retornou para a casa encontrou a menina morta em cima do sofá. Souza acrescentou que, ao perguntar à companheira o que havia ocorrido, ela respondeu que matou a menina porque a criança urinou na cama enquanto dormia.
O homem teria dito ainda que tentou chamar atendimento médico, mas Manoela o convenceu a não fazê-lo, afirmando que ambos seriam presos. Ele relatou que retirou o corpo da frente dos outros dois filhos e, depois, ele e a mulher o enterraram.
Em depoimento à polícia, Souza afirmou que a relação entre a filha e a madrasta era conflituosa. Segundo ele, no dia do crime a mulher discutiu com a criança, mas sem agressões, e a menina acabou perdendo os sentidos. Ele negou ter batido em Emanuelly, mas admitiu já ter visto a companheira agredi-la em ocasiões anteriores, mas que não denunciou por medo de perder a guarda.
Ainda conforme sua versão, o casal decidiu esquartejar o corpo e enterrá-lo na área interna da casa, sendo Manoela a responsável por cortar o cadáver.
Segundo os registros, a madrasta apresentou outra versão à polícia. Ela afirmou que passou a tarde com Emanuelly e seus dois filhos e percebeu que a menina parecia “muito quietinha, como se estivesse passando mal”. A mulher teria admitido que não prestou socorro. Conforme a versão dela, quando o marido chegou por volta das 19h, encontrou a criança quase imóvel no sofá. Segundo Manoela, foi ele quem optou por ocultar o corpo, embora ela tenha avisado que a menina ainda respirava.
Ainda de acordo com a polícia, ao ser perguntada sobre agressões à criança naquele dia, Manoela respondeu apenas: “Não vou falar, porque a gente já vai pegar cadeia mesmo”. Ela ainda teria confessado ter auxiliado na ocultação do cadáver.
A mãe de Emanuelly chegou a ir à delegacia, mas não conseguiu prestar depoimento devido ao forte abalo emocional.
O caso foi registrado no 4º Distrito Policial de Guarulhos como homicídio e destruição, subtração ou ocultação de cadáver. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva dos suspeitos e irá realizar perícia na residência do casal.



