Nos últimos dias apareceram novas pesquisas eleitorais para a Presidência da República em 2022. De forma geral, para delírio de bolsonaristas, principalmente, os números são praticamente os mesmos.
O ex-presidente Lula lidera em todas elas, podendo, segundo esses dados, ser eleito ainda no primeiro turno.
Estamos a onze meses das eleições, as campanhas ainda não começaram, muita coisa pode mudar daqui a uns meses.
Os nomes de frente podem perder força, os de trás podem crescer repentinamente. Ninguém garante nada.
Entretanto existe um fato que pesará bastante nas eleições: a condição econômica dos brasileiros. Como já prevíamos, as mais de 615.000 mortes por covid-19, as aglomerações, as asneiras e jabuticabas faladas e promovidas pelo Presidente não teriam impacto maior do que a carestia e a queda do poder econômico brasileiro.
Dito e feito. Sem poder comprar carne, comendo osso (agora classificado em osso de primeira e de segunda), pé de galinha, sebo e coisas do gênero, além do aumento significativo do desemprego e da falta de perspectiva de melhoria, o desmanche do governo é irreversível.
O Planalto sabe disso também. Os números das pesquisas não são fake, há uma verdade estampada neles: a insatisfação com o Governo é ampla e irrestrita.
O Auxílio Brasil de R$ 400,00 poderá ser uma forma de aplacar esse descontentamento, mas não é só. Faltam políticas de crédito, fomento para o comércio e indústria, visando, principalmente, a geração de empregos.
O que Juscelino promoveu, o tal de 50 anos em 5, precisa de uma versão renovada e ágil. Não sei se haverá tempo para isso, já que Paulo Guedes mostrou-se completamente desafinado e muito mais ligado a uma política conservadora, com ênfase ao setor financeiro e pouco à realidade do país.
Em síntese, trata-se de um gestor que mais destrói do que constrói a base econômica do Governo. Lula tem um discurso questionável, porém forte: tirou o povo da miséria, diminuiu a linha da pobreza.
Mesmo que essa narrativa seja falaciosa, ou repleta de meias verdades, o povo vai engolir essa cantilena. Outros candidatos apostarão nesse caminho.
Dória será um deles. Por que Ciro não deslancha? A resposta é simples: porque não tem o que oferecer. Morre no campo da retórica.
O mesmo acontece com Moro. Dos candidatos, somente Lula e Dória têm portifólio de realizações positivas para o povo.
Dória acabou de dar um aumento significativo aos funcionários públicos, notadamente aos professores. Outros “presentes” virão.
Bolsonaro tenta pegar carona, mas esbarra no não do STF, do Congresso e do próprio Guedes. Vai ganhar a eleição quem produzir o vento da prosperidade, mesmo que seja falso.
O povo não aguenta mais ser humilhado. O segredo é ecoar um ar de entusiasmo, uma espécie de mutirão do progresso. Envolver a sociedade nisso.
Em síntese: dar esperança a quem a perdeu faz tempo. Resta apenas uma pergunta: quem fará isso? As cartas estão na mesa.