Quem tem mais de quarenta anos, lembra, com certeza, de um desenho animado chamado “Corrida Maluca”. Nele havia um cachorrinho, Muttley, que exigia a todo instante uma medalha aos seus feitos: “medalha, medalha”. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Não sei, só sei que o Presidente Bolsonaro recebeu da Câmara dos Deputados a medalha do Mérito Legislativo, consagrada àqueles que prestaram serviços relevantes ao Poder Legislativo do Brasil. A honra veio de um parlamentar apoiador do Presidente, o Major Vitor Hugo, líder do PSL na Câmara.
CLIMÃO – Ao receber o mérito das mãos do presidente da casa, Arthur Lira, Bolsonaro foi vaiado, denominado “genocida” e, ao mesmo tempo, ovacionado e pela bancada apoiadora, alcunhado de “mito” por todos estes. Entretanto não foram as vaias ou elogios que chamaram a atenção, mas a forma polida e tranquila do Presidente, dando a impressão de um Bolsonaro Paz e Amor. Será orientação marqueteira? Entenderá que quanto menos criar caso, mais benefícios ganha? Quanto tempo ele aguentará as provocações? O que pensam os apoiadores berrantes do Presidente? Estarão satisfeitos ou querem o Bolsonaro de cada dia? Por enquanto ficam as medalhas. É o Muttley em cena, ou será mais uma artimanha do Dick Vigarista? A Corrida Maluca ainda nem começou pra valer.
ATÉ QUE ENFIM – Depois de muito bate-boca, ameaças e conchavos, o presidente da CCJ, Senador Davi Alcolumbre marcou para a próxima semana a sabatina do postulante a uma vaga no STF, André Mendonça, também conhecido como “terrivelmente evangélico”. Foram quatro meses de espera, e o desfecho ocorrerá, segundo o Senador, num esforço concentrado dos membros da comissão.
MOTIVOS – Muito se tem falado sobre os motivos do atraso. Tudo, no entanto, é fruto de especulações, que vão desde a perda do controle das emendas por Davi Alcolumbre, passando por uma tentativa de angariar votos suficientes para a derrubar o nome de Mendonça em favor de Augusto Aras, bem mais “confiável” e um ferrenho opositor à Lava-Jato. Apesar da escolha ter sido do Presidente Bolsonaro, André Mendonça está ligado a Dias Toffoli e pode ser um “perigo” aos interesses de muitos políticos envolvidos até o talo com a justiça.
NOS BASTIDORES – Fala-se também que os filhos de Bolsonaro não gostaram da indicação, que teve a mão direta de Michele Bolsonaro na escolha. A verdade é que vamos ver um filme interessante nos próximos dias, só não sabemos será drama, aventura ou comédia. Podem preparar a pipoca.