Cazuza – Boas novas é um documentário que transcende o simples registro biográfico e é uma das principais atrações da 17ª edição do In-Edit Brasil – Festival internacional do documentário musical, mostra que fica em cartaz em São Paulo, até 22 de junho.
Dirigido por Nilo Romero, com colaboração de Roberto Moret, o filme parte de um ponto de vista pessoal, revelando a trajetória de Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, entre 1987 e 1989 — anos em que o cantor enfrentou o diagnóstico de HIV e, ao mesmo tempo, viveu o auge de sua carreira solo com obras como Ideologia e o marcante show O Tempo Não Para. Sem seguir uma estrutura enciclopédica, a narrativa privilegia a memória afetiva, permeada por imagens inéditas, conversas com amigos íntimos e momentos que revelam o artista por trás do mito.
Nilo, além de diretor, é personagem essencial do enredo. Ex-baixista e parceiro de Cazuza, ele conduz entrevistas com Ney Matogrosso, Roberto Frejat, George Israel e Lucinha Araújo, entre outros, criando uma teia emocional que vai além do depoimento formal.
Confira teaser:
O filme evita sentimentalismos fáceis, mas não esconde a dor e a urgência criativa que marcaram os últimos anos do cantor. Depoimentos revelam a tensão nas turnês, o desgaste físico do artista, e sua obstinação em gravar Burguesia — álbum duplo que não permitia regravações, por falta de tempo e pela consciência de sua condição.
Mais do que apenas um resgate histórico, “Cazuza – Boas Novas” reflete a permanência de uma obra que atravessou décadas, resistindo à sentença precipitada de que não sobreviveria ao tempo. O filme contrapõe a crueldade da cobertura da revista Veja à potência da arte de Cazuza, que seguiu tocando gerações.
Como resume a empresária Marcia Alvarez, “Cazuza era amor” — e é exatamente esse sentimento que o filme transmite: o amor pela vida, pela música e pela liberdade de ser quem se é, até o fim.
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Cartaz do documentário ‘´Cazuza – Boas novas’. Foto: Divulgação.