Reforma tributária e ano eleitoral podem ter afastado Lula de viagem a Davos

Presidente Lula. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Nesta segunda-feira (15), começou o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e as mudanças climáticas estão entre as principais pautas do evento. De acordo com o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria importante para a agenda da política externa do atual governo.

“Sempre é importante participar, talvez ano passado tivesse sido mais interessante. O Haddad foi, mas o Lula não. É um cenário em que é sempre interessante como um cartão de visitas do país, especialmente no primeiro ano de mandato teria sido interessante fazer essa visita. O Milei, em seu primeiro mandato, está indo para Davos em um cenário que a Argentina precisa muito da visibilidade externa por conta da crise econômica que os argentinos estão passando. O Lula nunca foi muito atento ao Fórum de Davos e sempre se preocupou com outros tipos de fóruns. Há uma ideia de que é um ano eleitoral, ainda é preciso amarrar alguns pontos da reforma tributária, ele viajou bastante ano passado, tem muita coisa acontecendo aqui que talvez afaste o Lula do cenário internacional na comparação com a intensidade que ele teve ano passado”, pontua.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, representará o país e deverá fazer discurso defendendo as medidas de preservação ao meio ambiente colocadas em práticas no primeiro ano deste terceiro mandato do presidente Lula.

“A Marina é o grande ativo do governo Lula na questão ambiental. Acho que depois de 4 anos muito desastrosos, a tentativa de trazer a Marina, que tem respaldo internacional, é importante. Ela tem presença nesses fóruns e é reconhecida, muito provavelmente Marina vai nesse tom de tentar trazer os olhos da liderança política para a necessidade de correr atrás do prejuízo de anos de inatividade em relação a questão climática”.

Além do meio ambiente, as duas guerras – uma no Oriente Médio e outra na Europa – também estarão no centro dos debates em Davos.

“Há uma visão equivocada de que é um Fórum da elite mundial, de eventualmente perfil mais liberal e aí a tendência do governo fugir um pouco do encontro. Não podemos esquecer as questões domésticas, o governo, especialmente o Haddad, tem um momento muito decisivo nestes próximos meses de tentar aumentar a arrecadação para fechar as contas neste ano. Então, acho que foi uma opção por trabalhar pelo doméstico, que é extremamente importante, e focar nos fóruns que vão ser importantes lá na frente”, reforçou o especialista.

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