O triste fim dos Robinhos, Daniéis e tantos mentecaptos espalhados pelo planeta

O triste fim dos Robinhos, Daniéis e tantos mentecaptos espalhados pelo planeta
Reprodução: Instagram

A mitologia grega tem uma figura interessante que resume perfeitamente o momento em que vivemos: Pandora. Segundo as escritas gregas, Pandora trazia uma caixinha, conhecida como boceta, na qual se encontravam todos os males da humanidade. Ninguém, em sã consciência poderia abrir a tal boceta, sob pena de inundar o planeta com todas as pestes.

Pandora, no entanto, curiosa, abre a caixa na frente do marido e o mundo passa a conhecer de perto os sofrimentos da humanidade, os terrores e a viver intensamente o mal e todas as suas agonias. A mitologia, entretanto, diz que apesar dos males espalhados, a boceta de pandora guardava no fundo a esperança.

Tenho cá as minhas dúvidas sobre esse mito. Penso ser machista, atribuindo à mulher todos males da humanidade. Mas mitologia não foi feita para ser questionada, apenas analisada. E por mais que eu rejeite o mito, ou não aceite a sua interpretação, reconheço que ele faz um retrato detalhado da humanidade.

Trago isso aos nossos dias. Traço como exemplo os julgamentos de Daniel Alves e Robinho. Poderia fazer de tantos outros, porque eles apenas traduzem personagens midiáticos, enquanto a maioria se esconda na sombra da insensatez e da decadência humana.

Robinho e Daniel não entenderam o sentido da existência. Sentem-se deuses, seres escolhidos, acima do bem e do mal, donos da verdade suprema, a quem o Criador, antes de ungir o ser humano, consulta cada um deles para saber se pode.

De fato e de direito são abortos do lixo. Gente que acha que o dinheiro compra dignidade e que basta pagar para ter o céu sob seus pés. A ideia deles é o tudo pode, desde que acompanhado de um pix recheado. São seres da sarjeta, mal criados e deformados entre os aplausos de uma torcida ensandecida e uma conta bancária polpuda. A cultura deles é o que vem dos porões da sociedade capitalista e machista.

Ambos foram culpados por estupro. Ambos demonstraram a mais espúria condição humana. O estupro é um crime tão hediondo, que mesmo aqueles que estão presos desprezam, marcam e isolam, para não dizer coisas piores, os seus autores.

Imaginar, porém, que há pessoas espalhadas pela terra que compartilham os atos desses senhores, que atribuem a culpa à mulher, que amenizam a barbárie, que acolhem e arrotam o machismo estrutural em forma de triunfo e vitória, é a constatação da falência dos valores, a comprovação de que o mito grego vive.

E se assim for, que a esperança que mora no fundo da caixa de Pandora seja, quem sabe, o último caminho antes da derrota final. O filósofo  Friedrich Nietzsche escreveu que a esperança é o pior dos males, porque prolonga o suplício dos homens. Tomara que ele esteja errado.

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