O soldado Marcelo Augusto da Silva, de 28 anos, foi encontrado morto por volta das 2h30, no dia 26 de janeiro de 2024, na Rodovia dos Imigrantes, na altura de Cubatão, litoral paulista. Um dos envolvidos no crime, Weslley Leandro da Silva Melo, de 24 anos, foi preso nesta quinta-feira (23). No momento da publicação desta reportagem, o caso ainda está sendo registrado.
Na ocasião, o soldado que integrava o 38º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) de São Paulo, estava voltando pra casa de moto, quando foi atingido. Policiais militares rodoviários foram acionados para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo e, no local, encontraram a vítima ferida ao lado de uma motocicleta.
Uma grande quantidade de munições estava espalhada na rodovia. A moto do PM não foi levada, mas seu armamento não foi encontrado. A suspeita é de que o soldado tenha também efetuado disparos, já que foram encontradas cápsulas de munições de dois calibres, sendo dez de 9 milímetros e 12 ponto 40, que é a munição utilizada pela Polícia Militar.
Weslley foi detido e levado ao 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente, onde o mandado de prisão temporária expedido contra ele foi cumprido. O suspeito não é o primeiro preso envolvido na ação criminosa.
Em fevereiro deste ano, dois irmãos gêmeos foram presos acusados de associação criminosa, em Santos. Diego e Danilo têm 20 anos. Este último, confessou seu envolvimento na morte do PM Silva.
Diego, por sua vez, era acusado de uma tentativa de latrocínio contra um guarda civil municipal, e foi reconhecido por vítimas de outros delitos.
Após a morte do PM Marcelo, outros soldados morreram dias depois, sendo eles Samuel Wesley Cosmo, atingido durante patrulhamento em Santos no dia 2 de fevereiro de 2024, e o cabo José Silveira dos Santos, que veio à falecer no dia 7 do mesmo mês. Após essas mortes, a Operação Escudo foi desencadeada na Baixada Santista.
Durante a operação que resultou na morte do PM Cosmo, três suspeitos de terem participado do assassinado do PM Marcelo foram presos. Dois homens de 24 anos e um de 22, foram detidos na Rodovia Anchieta-Imigrantes, próximo à cidade de Cubatão.
Relembre a morte do Soldado Cosmos
Segundo a Polícia Militar, o soldado realizava um patrulhamento com uma equipe da Rota em apoio a Operação Verão, na Baixada Santista, quando ao entrar em uma viela, foi surpreendido por um tiro no rosto. Em vídeo, é possível ver o momento do ataque.
O agente foi levado para a Santa Casa de Santos, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
Fim da Operação Verão
No dia 1º de abril, Guilherme Derrite, secretário de segurança pública do estado de São Paulo, comunicou o fim da Operação Verão em toda a Baixada Santista.
Durante o período em que esteve ativa, 1.025 infratores foram presos, sendo quase a metade (438) procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. As Polícias Civil e Militar retiraram das ruas 2,6 toneladas de drogas e apreenderam 119 armas de fogo ilegais. Ao todo, 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e morreram.
Relembre os principais acontecimentos da Operação Verão
No dia 2 de fevereiro, o soldado Cosmo foi baleado no rosto enquanto averiguava uma denúncia de tráfico de drogas no bairro Bom Retiro, em Santos. Sua morte, resultou em uma busca incessante por Kaique Coutinho do Nascimento, de 21 anos, apelidado como “Chip”. A SSP ofereceu R$ 50 mil por informações sobre o assassino, que posteriormente foi capturado em Uberlândia (MG), no dia 14 do mesmo mês.
Outro policial foi morto na semana seguinte de Cosmo, desta vez no bairro Jardim São Manoel, em Santos. O PM José Silveira dos Santos, que recebeu um cortejo especial em homenagem.
A guerra entre o crime organizado e policiais militares se intensificou após esses acontecimentos, e mesmo com pesar da morte dos agentes, suspeitos de facções criminosas foram mortos e presos durante as ações. Resultando em um saldo positivo.
Peças-chaves foram presas, como Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa, suspeita de comandar a lavagem de dinheiro de uma facção criminosa em Santos, Cubatão e Guarujá, além da capital. Os policiais também prenderam Caio Vinicius, apelidado de “Nego Boy”, acusado de liderar o tráfico de drogas em uma das comunidades de Santos.
Ainda dentro da operação, a polícia identificou a atuação de Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como “Danone”, outra liderança de alto escalão de uma facção. Na ação, em 16 de fevereiro, o suspeito trocou tiros com policiais e foi morto.
Ao todo, 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e morreram. A última morte aconteceu no dia 29 de março, em Guarujá, litoral paulista, após confronto entre policiais e bandidos do bairro Santa Rosa.
Na mesma semana, blindados da marinha foram enviados à outra comunidade da cidade. Moradores da Prainha ficaram surpresos com a presença dos fuzileiros. A ação se deu para coibir o tráfico de drogas. Uma apreensão histórica de cocaína na mesma cidade também foi motivo para tal feito, com intervenção do Estado.