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Ministra dos Direitos Humanos diz que operação no Rio foi ‘um fracasso’

Macaé Evaristo criticou a condução da operação e disse que o governo federal vai solicitar uma perícia independente dos corpos

Ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos) durante cerimônia do governo federal no dia 30 de setembro de 2025 | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos) durante cerimônia do governo federal no dia 30 de setembro de 2025 | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, afirmou que a operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, foi “um fracasso, uma tragédia, um horror inominável”. A declaração foi dada após reunião com familiares dos mortos e representantes das comunidades.

A Operação Contenção foi deflagrada na terça-feira (28) e tinha como objetivo capturar lideranças criminosas e conter a expansão do Comando Vermelho. A ação policial deixou deixou 119 mortos, sendo 4 policiais, segundo divulgado pelo governo estadual na quarta-feira (29).

Em entrevista coletiva, Macaé criticou a condução da operação no Rio de Janeiro e disse que o governo federal vai solicitar uma perícia independente dos corpos. “Na nossa visão, a perícia no local está muito prejudicada”, declarou. Ela afirmou ainda que peritos da Polícia Federal estão à disposição para o trabalho.

“Se quisermos combater o crime organizado, tem que começar por cima. Não adianta chegar em nossas comunidades expondo crianças, pessoas idosas e com deficiência a esse pavor”, disse Macaé.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por outro lado, classificou a operação como “um sucesso” e disse que as únicas vítimas da ação foram os policiais mortos. Segundo ele, a operação policial foi “um duro golpe” na criminalidade. A declaração foi dada na quarta-feira (29), um dia após a operação.

Nesta quinta, a ministra participou, ao lado de outros integrantes do governo e da Câmara dos Deputados, de uma visita ao complexo da Penha e de uma reunião na sede da Central Única das Favelas (Cufa), próxima à praça São Lucas – local onde os corpos foram colocados por moradores e familiares após os confrontos.

Antes da declaração da ministra, familiares relataram o desespero vivido durante a operação e as buscas por corpos na mata da Serra da Misericórdia. Um dos moradores cobrou a divulgação das imagens das câmeras acopladas aos uniformes dos policiais: “Ministra, tem que ter as imagens das câmaras [das fardas dos agentes], não mostraram nada ainda”. Macaé prometeu incluir a demanda na pauta das discussões.

A ministra anunciou ações de apoio aos familiares e moradores, como atendimento psicossocial e proteção a testemunhas, especialmente crianças. “Tem uma questão da segurança pública, mas segurança é direito de toda a população. Não adianta segurança se não tiver associada a políticas públicas de saúde educação”, afirmou.

Com a voz embargada, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que também esteve presente no encontro, afirmou: “Só quem sabe da favela é o favelado. Ser cria da favela da Maré me faz chegar nesse espaço e nunca esquecer de onde vim”.

Entre os deputados que integraram a comitiva estavam Benedita da Silva (PT-RJ), Reimont (PT-RJ, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara), Glauber Braga (PSOL-RJ) e Otoni de Paula (MDB-RJ).

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