O mês de abril foi marcado por casos lamentáveis envolvendo bullying e violência dentro de unidades de ensino da Baixada Santista. E mais uma situação de agressão foi vivida por um menino, de 11 anos, desta vez na Escola Jacob Andrade Câmara, em São Vicente.
O caso aconteceu em dois momentos no dia 24 de abril. Primeiro, durante o intervalo, o estudante levou um soco de outro menino, que não era da sua turma. Depois, no mesmo dia, o agressor foi até sua sala de aula, e bateu a cabeça da vítima na parede. Segundo a mãe do menor, em depoimento à polícia, as perseguições começaram devido ao porte físico do menino.
O boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal no 2° Distrito Policial (DP). A Secretaria da Educação (Seduc) informou que o aluno agressor foi punido com suspensão de uma semana, e os responsáveis foram convocados pela direção da escola. Eles se colocaram à disposição para contribuir com o pagamento dos medicamentos, caso necessário.
Ainda de acordo com a Prefeitura de São Vicente, no dia que ocorreu a agressão, a Guarda Civil Municipal (GCM) e o Conselho Tutelar foram acionados. A pedido da família, a vítima foi transferida da unidade escolar.
O garoto agredido é diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). A escola, porém, alegou não ter sido informada, e que a família nunca entregou qualquer documentação sobre a situação do menino, além de não terem participado de reuniões na unidade.
A Prefeitura ressaltou que, buscando expandir a conscientização, a unidade promove constantes ações reflexivas de combate ao bullying, como rodas de conversa e palestras.
Relembre outros casos
O mês de abril teve um caso de repercussão nacional envolvendo violência e bullying: Carlos Teixeira Gomes Ferreira Názara, de 13 anos, veio à falecer no dia 16, após ser vítima de graves agressões por colegas de classe. O garoto era aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, no bairro Vila Mirim, em Praia Grande, litoral paulista.
Segundo o relato do responsável do garoto, no dia 9, dois colegas de classe de Carlos teriam pulado em cima de suas costas, e desde então, as fortes dores e a dificuldade de respirar começaram. A vítima foi levada diversas vezes à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Praia Grande, onde o garoto era medicado, e liberado. No dia 15, após atendimento da UPA Central de Santos, o garoto foi internado, e logo transferido à Santa Casa de Santos no dia seguinte, onde sofreu três paradas cardiorrespiratórias e veio à óbito.
Além de Carlos, na mesma unidade escolar em Praia Grande, outra responsável alegou que seu filho, de 14 anos, também foi agredido por ‘colegas’ de classe, e precisou ir pessoalmente falar com os agressores para que a situação fosse resolvida.
As agressões não se limitam à jovens. Um garoto, de 7 anos de idade, também viveu momentos de agressões dentro da Unidade Municipal de Ensino Doutor Fernando Costa e no Projeto Pró-Viver, em que estuda na cidade de Santos, litoral paulista. Um menino, da mesma classe, mordeu a vítima no peito. O caso aconteceu em fevereiro mas só foi exposto em abril, após a tragédia acontecer com Carlinhos.
A marca não foi apenas física. Neste caso, a mãe relatou, inclusive, que após a agressão, o garoto apresentou regressões em seu desenvolvimento e precisa também receber medicações para conseguir dormir à noite.
A violência nas escolas vem sendo cada vez mais expostas, e chamando atenção da população, que busca entender o que vem motivando as atitudes dos jovens. Na última semana, um vídeo foi publicado onde é possível ver duas jovens se agredindo no meio do pátio da Escola Escola Estadual Sylvia de Mello, em Praia Grande. O motivo da briga não foi divulgado.