PM Luca levou 18 tiros e tinha cadarço amarrado no pescoço, aponta laudo

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Luca Romano Angerami, de 21 anos, policial militar morto após ser submetido ao “tribunal do crime”, tinha 18 marcas de tiro de arma de fogo e cadarço amarrado no pescoço, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML). O corpo dele foi encontrado enterrado em um morro na região da Vila Baiana, em Guarujá, litoral paulista, após mais de um mês desaparecido.

De acordo com exames concluídos recentemente, a causa da morte teria sido por hemorragia interna, após ser atingido com os disparos. Os laudos também apontam que ele teria sido morto cerca de 6 semanas antes do corpo ter sido localizado, portanto, Luca morreu logo após ter sido visto pela última vez entrando em uma ‘biqueira’ da comunidade.

Apesar de ter desaparecido próximo à um ponto de venda de entorpecentes, o PM não tinha drogas no organismo. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o inquérito policial foi finalizado e relatado à Justiça.

Relembre o caso/Linha do Tempo

No dia 14 de abril, Luca estava com um casal de amigos em uma adega. Em um vídeo do estabelecimento comercial, é possível vê-lo no caixa, por volta de 1h18. O jovem teria saído do local, e dirigido até uma ‘biqueira’, na mesma comunidade, onde permaneceu cerca de 40 minutos dentro do carro, sozinho. Dois homens, então, teriam o rendido.

Por volta de 6h41, em novas imagens, Luca é visto entrando acompanhado de um homem no ponto de tráfico de drogas. Depois deste momento, o PM não foi mais visto.

Quando o desaparecimento do soldado foi registrado, as investigações e buscas iniciaram. No mesmo dia 14, por volta de 19h30, um primeiro suspeito foi preso: Edivaldo Aragão, de 36 anos. O homem estava próximo a um ponto de tráfico de drogas na Rua das Magnólias (Guarujá), e apresentava atitudes suspeitas.

Após a abordagem, o suspeito confessou o sequestro e suposto homicídio de Luca, de forma espontânea. O homem disse não ter agido sozinho. Segundo o relato, o grupo não sabia inicialmente se tratar de um policial militar, mas viram a arma e pegaram sua carteira. Então, entraram no carro da vítima e o levaram até São Vicente, onde teriam o executado com a arma do próprio soldado. Depois disso, teriam amarrado as pernas de Luca com uma pedra, e o jogado de cima da Ponte do Mar Pequeno, em São Vicente.

O suspeito foi autuado em flagrante por sequestro qualificado e roubo majorado na Delegacia de Polícia (DP) Sede de Guarujá. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), ao ser conduzido à delegacia, no entanto, o homem manifestou o desejo de falar somente em juízo.

Quatro dias depois, no dia 18 de abril, o segundo a ser apreendido foi Carlos Vinícius Santos da Silva, conhecido também como ‘Malvadão’, que acompanhou Luca na ‘biqueira’.

A prisão de Carlos e seu relato levou a polícia à mais quatro envolvidos. Cada um teria tido um papel no desaparecimento: um teria ficado com a arma de Luca; outro teria abandonado o carro; um seria o dono da biqueira; e o último foi quem teria dirigido com o PM até a comunidade.

No dia 22 de abril, o sétimo envolvido teria se entregado espontaneamente na Divisão de Homicídios de Santos. Já o oitavo suspeito foi encontrado e preso por volta das 19h30 do dia 26, na Avenida São Gonçalo, em Bertioga. A polícia conseguiu identifica-lo e localiza-lo após os relatos dos outros presos. Em seu depoimento, foi citado um local onde o policial teria sido levado, no Guarujá. Após se dirigirem até o endereço citado, a polícia não encontrou indícios do crime.

Ainda sobre essa última prisão, foi constatado que o suspeito tinha um mandado de prisão temporária em aberto. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia do Guarujá como captura de procurado.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), na tarde do dia 24 daquele mês, policiais civis da 3° Delegacia de Homicídios do Deinter 6 também localizaram um barraco na Rua Argentina, no Guarujá, onde o soldado teria sido mantido.

No dia 10 de maio, outro suspeito, de 41 anos, foi capturado por policiais militares, em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.

Corpos encontrados

Dois dias após o desaparecimento do soldado, no dia 16 de abril, a Polícia Militar recebeu uma denúncia de um corpo localizado no conhecido ‘Cemitério Clandestino’ de criminosos da cidade, mas após as buscas e atuação do Corpo de Bombeiros junto à equipe de perícia, a hipótese de ser Luca, foi descartada.

No dia 22 de abril, mais dois corpos foram encontrados. Policiais militares realizavam uma ação conjunta com a Prefeitura de Guarujá, nas buscas pelo soldado desaparecido, quando localizaram duas ossadas sem identificação, na Rua Paraguai, no bairro Vila Baiana. Este local fica a aproximadamente 5 km de distância de onde o PM foi visto pela última vez. Porém, o corpo já estava em estágio de decomposição, tal qual seria impossível ser o de Luca, devido ao número de dias que o crime teria acontecido.

Outros três corpos foram localizados na manhã do dia 24 de abril, também na Rua Paraguai. Os cadáveres já estavam em estado avançado de decomposição. A perícia foi acionada ao local dos fatos, mas nenhum deles é do soldado desaparecido.

No dia 27, a polícia, com a ajuda de um cão farejador especializado em encontrar cadáveres localizou um ponto onde haveria outro possível corpo. As equipes trabalharam na região, de difícil acesso, mas mesmo após cavarem quase dois metros, não localizaram o corpo. O material do solo foi recolhido para exames complementares.

Já no dia 30 de abril, uma ossada antiga foi achada na Rua Argentina, por volta de 13h. Após a ação realizada em conjunto com as polícias Civil e Militar e do canil do Corpo de Bombeiros, os agentes se depararam com a cova onde estavam os restos mortais. Porém, não há indícios de ser de Luca.

No mês de maio, no dia 2, policiais militares ambientais localizaram mais duas ossadas. Os corpos foram localizados na Vila Baiana, na cidade de Guarujá, onde outros cadáveres foram localizados.

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