`Tolerância zero’ e espaço para uso de drogas: entenda como outras cidades lidaram com ‘cracolândias’ pelo mundo

Região central de São Paulo | Foto: Kaique Rocha/Pexels

A área apelidada de Cracolândia, no Centro histórico de São Paulo, existe desde de o início de 1990 e dominou as páginas de jornais brasileiros e estrangeiros nas últimas décadas. No entanto, outras grandes metrópoles também tiveram que lidar com “cracolândias” pelo mundo. Veja exemplos diferentes de sucesso no combate ao problema:

NOVA YORK:

O exemplo que mais tem semelhanças com São Paulo é o da cidade americana. Nas décadas de 1980 e 1990, o local próximo ao Bryant Park e a área do Lower East Side estavam tomados pelo tráfico, com cenas de comercialização de drogas a céu aberto.

Em 1986, sob a gestão de Ronald Reagan (1981-1989), foi aprovada uma lei federal que determinava cinco anos de prisão para quem fosse pego com cinco gramas de crack. Essa lei foi responsável pela explosão no número de condenações por posse. Nos anos seguintes, Rudolph Giuliani foi eleito prefeito de Nova York e implementou a medida na região da cracolândia. A medida ficou conhecida como Tolerância Zero’ e foi importante para a solução do problema.

A metodologia, no entanto, divide opiniões até hoje em razão das denúncias de abuso da polícia.

AMSTERDÃ:

Entre os anos 70 e 80, o consumo e principalmente a comercialização de drogas na região de de Zeedijk, rua localizada no centro de Amsterdã, se tornou um grande tormento para a população holandesa

A maioria dos dependentes químicos que andavam pelo local consumia heroína, mas de acordo com a polícia todo tipo de droga circulava por lá. Moradores afirmavam encontrar inúmeras seringas jogadas pelo chão por toda parte, muito lixo e crimes.

O cenário mudou apenas na década de 1990, quando a Câmara Municipal de Amsterdã em parceria com o Serviço Municipal de Saúde, colocaram em prática um plano de ação. Foram instalados diversos espaços para atuação de agentes da saúde e novos abrigos foram feitos. O governo passou a oferecer latas de lixo adequadas para o descarte da agulha e desenvolveu um programa para aumentar a distribuição aos usuários da metadona, um medicamento usado no tratamento do vício e que alivia os sintomas de abstinência.

Frankfurt

No ano de 1985, mais de 1000 usuários se reuniam na região para utilização de drogas injetáveis e comercialização ocorria livremente no centro da cidade alemã.

De acordo com o governo local, aproximadamente 150 pessoas morriam anualmente de overdose em ruas próximas a área.

Anos mais tarde, em 1989, um projeto foi elaborado pelo executivo federal em apoio com o governo municipal. Inicialmente, a estratégia contou com a instalação de um ambulatório e um enorme abrigo para pessoas em situação de rua.

Posteriormente, uma combinação entre ação policial e tratamento aos usurários solucionou o problema de forma gradual.

Em 1994, a cidade criou uma sala com supervisão de médicos para o consumo de drogas. No ambiente, dependentes tinham acesso a seringas e material esterilizado para o uso da substância e recebiam acompanhamento médico de maneira regular. O espaço possibilitava ainda que assistentes sociais trabalhassem fazendo contato com dependentes químicos.

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