Após um hiato de cinco anos sem lançar um álbum de inéditas, Alcione retorna com um novo trabalho que equilibra emoções e reafirma sua conexão com o samba.
Esse trabalho é o primeiro de canções inéditas desde Tijolo por tijolo, lançado em 2020. O disco batizado de Alcione apresenta 8 faixas. Além das inéditas, a artista “coloca para sambar” uma versão de um dos maiores clássicos do sertanejo, Evidências.
Confira a versão de Alcione para ‘Evidências‘:
O projeto chamado inclui ainda a regravação de “O que é o amor”, clássico de Arlindo Cruz e Maurição, além de sambas inéditos compostos por Zeca Pagodinho, Fred Camacho, Inácio Rios e Arlindinho, filho de Arlindo Cruz.
Além dessas faixas, a cantora também dá voz às já conhecidas músicas “Marra de feroz”, “Mar de segredo”, gravada pela artista para a trilha sonora da novela “Garota do momento”, da Rede Globo, e “Não mexe comigo”. O último trabalho de inéditas da cantora é “Tijolo por Tijolo”, de 2020.
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Capa do álbum ‘Alcione’ — Foto: Vinicius Mochizuki
Trajetória de Alcione
Nascida em São Luiz do Maranhão e filha de músico, Alcione aprendeu, ainda criança, a tocar diversos instrumentos de sopro, como trompete e clarinete.
Aos 12 anos, Alcione fez sua primeira apresentação, cantando na orquestra regida por seu pai.
Formou-se professora primária em sua cidade e chegou a lecionar por dois anos, quando foi demitida por ensinar seus alunos a tocar trompete, querendo passar adiante o aprendizado que recebeu.
Depois disso, passou a dedicar-se à música de forma mais intensa e exclusiva, apresentando-se na TV do Maranhão e em bares e boates de seu estado, até que – em 1967 – mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou definitivamente a sua carreira.
Já no Rio, Alcione começou cantando na noite e logo destacou-se ao vencer as duas primeiras eliminatórias do programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti. Em seguida, foi contratada para se apresentar na TV Excelsior, no programa Sendas do Sucesso.
Depois de seis meses na emissora, a cantora fez uma turnê por quatro meses pela América Latina, sendo a primeira vez que saía do Brasil. Após ter feito excursão também por países da América do Sul, Alcione recebeu uma proposta de turnê na Itália, e foi morar na Europa por dois anos, voltando ao Brasil em 1972, quando sua carreira despontou de vez.
Ainda em 1972, conheceu o cantor Jair Rodrigues, que a levou para a gravadora PolyGram, para gravar o seu primeiro compacto simples.
A cantora lançou o seu primeiro álbum em 1975 – A Voz do Samba, e – desde então – não parou mais de lançar um sucesso atrás do outro. O disco de estreia, já trouxe o imenso sucesso Não Deixe o Samba Morrer (de Édson Conceição e Aloísio), um dos maiores hits de sua carreira.
Em 1977, o álbum Pra Que Chorar vendeu 400 mil cópias, consagrando a cantora nacionalmente.
Alcione visitou a quadra da Estação Primeira de Mangueira pela primeira vez em 1974 e logo foi convidada a desfilar. Na concentração, a ausência de um destaque levou a estreante ao alto de um carro alegórico. Desde então, a cantora é membro destacado da escola.
Em 1987, a cantora fundou a escola de samba mirim da Mangueira – Grêmio Recreativo Cultural Mangueira do Amanhã, da qual é Presidente de Honra – e o Centro de Arte da Mangueira (Mangueirarte).
Em 1989, a Marrom participou – ao lado de João Nogueira, Clara Nunes, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara e tantos outros sambistas – da fundação do Clube do Samba.