Existe uma criatura minúscula, menor que um dedo mindinho, mas capaz de fazer cócegas no pensamento de muita gente. Esse é Miquim, um micuim curioso — um filhote de carrapato que descobre, aos poucos, que o mais importante não é saber em qual barriga mora, mas em qual coração é guardado.
Em Miquim (Editora Cambucá), a psicanalista e escritora Bibiana Malgarim constrói uma história de afeto e descoberta. A trama apresenta uma família formada por Raposa, Galo e o pequeno micuim, e, a partir dessa convivência improvável, nasce uma reflexão sobre o que é ter um lar — e o que é sentir-se pertencente.
Ao longo da narrativa, o leitor acompanha o micuim em sua aventura para dentro de si mesmo. Em cada página, ele aprende sobre identidade, adoção, diversidade, autoimagem e as dores (e belezas) do crescimento. É uma história que fala com as crianças, mas também com os adultos que, de tempos em tempos, ainda buscam o próprio lugar no mundo.
As ilustrações em aquarela da artista Milla Scramignon são um espetáculo à parte — suaves, coloridas e cheias de ternura, elas ampliam o encantamento do texto e tornam a leitura uma verdadeira experiência sensorial.
“Construir a sensação de habitar o próprio corpo, saber quem é, sentir-se seguro e amado para explorar o mundo são tarefas típicas de qualquer filhote humano”, explica Bibiana. “Com o Miquim, quis brincar com a metáfora do tamanho — para lembrar o desafio que é, em qualquer idade, tornar-se dono de si.”
Um livro que fala de pertencimento, amor e coragem, e que reafirma: não é o tamanho do corpo que importa, mas a grandeza de sentir-se amado.



