Colorir o céu com pipas continua sendo uma das brincadeiras mais queridas das crianças brasileiras. Mas, em meio à diversão, um alerta se faz necessário: a proximidade com a rede elétrica pode transformar a brincadeira em risco. Em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, o Instituto EDP desenvolve um trabalho constante de conscientização em escolas para evitar acidentes envolvendo pipas e energia.
Pipas e rede elétrica: uma combinação perigosa
O projeto “Brincando com Pipas” surge como resposta direta ao alto número de ocorrências na rede elétrica causadas por pipas em regiões atendidas pela EDP São Paulo, a companhia elétrica da cidade. Em alguns bairros, é comum que pipas fiquem presas nos fios, provoquem curto-circuitos ou até mesmo apagões. Para lidar com o problema, a concessionária investe em educação e mudança de comportamento desde cedo.
Educação e protagonismo infantil
A iniciativa atua por três anos em cada escola selecionada, com base em regiões de maior incidência de acidentes. O projeto inclui oficinas, peças teatrais, livros educativos como o “Sofia, a Pipa Bailarina”, palestras com eletricistas e uma metodologia pedagógica que capacita os professores a replicar o conteúdo de forma ativa com os alunos.
As crianças de 6 a 10 anos tornam-se multiplicadoras da mensagem, levando o aprendizado para dentro de casa e alcançando a comunidade. Segundo Paulo Ramicelli, assessor da diretoria do Instituto EDP, “quando a gente chega, elas assumem a brincadeira insegura que vêm dentro de casa e passam a refletir sobre isso”.
Brincar é aprender
O uso de cerol, pipas com linha chilena e folhas metalizadas, além da própria proximidade da rede elétrica, são alguns dos comportamentos de risco que o projeto combate. Existe risco de choque, mas também são comuns acidentes com motociclistas e atropelamentos de crianças que correm pela rua atrás de pipas.
A participação da comunidade escolar e das famílias é fundamental. O projeto aposta na multiplicação da consciência: uma criança que entende os perigos pode influenciar toda a vizinhança. “Mais do que a qualidade do serviço elétrico, o que está em jogo é a vida”, reforça Ramicelli.